10 significados de SERPENTE na Bíblia (que você não percebeu)!

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Presbítero, quando a Bíblia cita a serpente, sei que nem sempre se trata de algo literal, ou seja, do animal. Porém, em alguns textos não consigo entender se está falando da serpente (animal) ou da serpente como figura de linguagem, com outro significado. Faça um estudo detalhado para nós, com os textos que falam sobre serpente, indicando quais são literais e quais são figurados.

Via de regra, em praticamente 100% dos textos bíblicos, o significado de uma palavra é sustentado e esclarecido pelo contexto em que ela aparece. 

Esse princípio é fundamental para uma boa interpretação das Escrituras. Palavras não existem isoladas; elas ganham sentido a partir da narrativa, do gênero literário, do momento histórico e da intenção do autor na aplicação delas no texto.

A palavra “serpente”, em seu uso mais comum, designa o animal. Sendo assim, quando o texto bíblico descreve ações, ambientes ou situações que envolvem claramente o mundo natural, não há motivo para buscarmos um sentido simbólico oculto. 

Se alguém diz: “fui ao zoológico e vi a ala das serpentes”, o próprio contexto elimina qualquer interpretação figurada.

Esse mesmo princípio se aplica ao relato de Gênesis. O texto afirma: “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis 3:1). 

Aqui, o autor deixa claro que se trata de um animal real, criado por Deus, ainda que usado como instrumento por Satanás. O fato de a serpente falar não transforma automaticamente o texto em figura de linguagem; o contexto aponta para um animal possuído e instrumentalizado pelo diabo.

Mas a Bíblia não se limita a esse uso literal. Ao longo das Escrituras, a serpente passa a carregar sentidos teológicos, morais e simbólicos profundos. 

É justamente essa diversidade de usos que gera dúvidas legítimas no estudante da Bíblia. Onde a serpente é literal? Onde ela é simbólica? E o que cada uso nos ensina?

1) A serpente como animal literal: o ponto de partida bíblico

O primeiro uso da serpente na Bíblia ocorre no contexto histórico e narrativo da queda do homem. O texto afirma: “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis” (Gênesis 3:4). O relato não sugere uma metáfora literária, mas uma cena real dentro da narrativa da criação e da queda.

O Novo Testamento confirma essa leitura histórica quando trata o episódio como um evento real, ainda que carregado de significado espiritual. 

A serpente foi um instrumento, não um símbolo literário criado para ilustrar uma ideia abstrata. O simbolismo posterior nasce desse evento histórico, e não o contrário.

2) A serpente como figura do diabo

A partir do que ocorreu no Éden, a serpente passa a ser associada diretamente a Satanás. Essa identificação não é uma invenção da teologia, mas uma afirmação explícita da própria Escritura. O livro do Apocalipse declara: 

“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Apocalipse 12:9).

Aqui não se trata de um animal literal, mas de um símbolo consolidado. A serpente passa a representar o caráter enganador, sedutor e destrutivo do diabo, estabelecendo uma ponte direta entre Gênesis e a consumação final da história bíblica.

3) A serpente como figura de agressividade e ataque sorrateiro

Em alguns textos, a serpente é usada para descrever comportamentos humanos agressivos, traiçoeiros e inesperados. Um exemplo marcante aparece na bênção profética de Jacó sobre seus filhos: 

“Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os talões do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás” (Gênesis 49:17).

O texto não afirma que Dã se tornaria literalmente uma serpente, mas usa a imagem do ataque disfarçado comum a esse animal para descrever sua atuação histórica. É uma figura de linguagem clara, sustentada pelo contexto poético e profético. A tribo de Dã teria essas características.

4) A serpente como figura dos ímpios e da fala venenosa

A Bíblia frequentemente associa o veneno da serpente à fala destrutiva dos ímpios. O salmista afirma: 

“Aguçam a língua como a serpente; sob os lábios têm veneno de áspide” (Salmos 140:3).

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Aqui, o foco não está no animal, mas no efeito devastador das palavras. A serpente simboliza o mal que é transmitido pela língua, capaz de ferir, matar reputações e espalhar destruição.

5) A serpente como figura da ação destruidora do vinho

Em Provérbios, a serpente aparece como metáfora do efeito enganoso e mortal do álcool. O texto diz: 

“Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco” (Provérbios 23:31-32).

O vinho é apresentado como algo atraente no início, mas destrutivo no fim. A imagem da serpente venenosa comunica perigo oculto e consequências tardias, reforçando o caráter pedagógico (de ensino) do texto.

6) A serpente como instrumento e agente do juízo do Senhor

Em contextos de julgamento, Deus usa a figura da serpente para expressar a dor e a inevitabilidade da punição. Por meio do profeta Jeremias, o Senhor declara: 

“Porque eis que envio para entre vós serpentes, áspides contra as quais não há encantamento, e vos morderão, diz o SENHOR” (Jeremias 8:17).

Aqui, a imagem comunica sofrimento, impotência humana e a seriedade do juízo do Senhor sobre o seu próprio povo desobediente, sendo realizado por nações estrangeiras, que trariam muito mal a Israel.

7) A serpente como expressão da malignidade do coração humano

Jesus e João Batista recorreram à imagem da serpente para denunciar a hipocrisia religiosa. Jesus afirma: 

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mateus 23:33).

Não há qualquer dúvida de que se trata de linguagem figurada. A serpente simboliza corrupção interna, falsidade espiritual e oposição consciente à verdade de Deus.

Jesus e João Batista viram tudo isso na vida dos fariseus e, como profetas, denunciaram esse comportamento veementemente!

8) A serpente como símbolo positivo de prudência e astúcia

Curiosamente, Jesus também usa a serpente de forma positiva. Ele diz: 

“Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mateus 10:16).

Aqui, a serpente representa discernimento, cautela e inteligência estratégica diante da perseguição. O símbolo não é moralmente absoluto; ele é moldado pelo contexto, ou seja, Jesus extrai apenas algumas características da serpente, isoladas, e aplica ao seu ensino.

9) A serpente como imagem de escultura e teste de fé

No deserto, Deus ordenou a Moisés: “Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava” (Números 21:9).

A serpente de bronze não era objeto de adoração, mas um meio pedagógico de fé. Eles deveriam, depois de mordidos por serpentes venenosas reais, apenas olhar para a serpente de bronze e seriam curados!

No entanto, séculos depois, Israel transformou esse símbolo em ídolo, e o rei Ezequias a destruiu: “Também tirou os altos, quebrou as colunas, cortou o poste-ídolo e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera; porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso” (2 Reis 18:4).

10) A serpente de bronze como símbolo da obra de Cristo

Além de ser uma imagem histórica e um teste de fé para Israel no deserto, a serpente de bronze possui um significado tipológico profundo que aponta diretamente para a obra redentora de Cristo na cruz.

Essa interpretação não é uma leitura teológica posterior imposta ao texto, mas uma explicação dada pelo próprio Jesus.

No diálogo com Nicodemos, Cristo afirma de forma clara: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (João 3:14-15).

Aqui, Jesus conecta diretamente o episódio de Números 21 à sua morte sacrificial, mostrando que aquele evento histórico funcionava como uma sombra de uma realidade maior que seria plenamente revelada na cruz.

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