Parábolas Gêmeas (tesouro escondido e pérola de grande valor) verso por verso
Você Pergunta: Presbítero, já ouvi explicações divergentes a respeito da parábola do tesouro escondido. Uns dizem que o homem ali é Cristo, que se fez homem para nos resgatar; outros dizem que o homem ali é qualquer pessoa perdida que encontra Cristo em sua vida, e isso muda tudo. Explique essa parábola verso por verso para que a entendamos bem!
Jesus ensinava muitas coisas usando parábolas, histórias simples com significados profundos e que exigiam muita reflexão e interesse para desvendá-las.
Em Mateus 13, Ele contou duas parábolas conhecidas como “parábolas gêmeas”, por ensinarem a mesma lição com figuras diferentes: o tesouro escondido e a pérola de grande valor.
O ponto central dessas parábolas não é o homem, nem o tesouro ou a pérola em si, mas o reino dos céus e Cristo.
Jesus está revelando verdades espirituais sobre esse reino, que é o plano ativo e progressivo de Deus na história da humanidade.
Ele está acontecendo agora, mesmo em meio à oposição das trevas, e culminará com a volta gloriosa de Cristo. Mas como essas imagens nos ajudam a entender esse reino? Vamos verso por verso, descobrir juntos.
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Parábola do tesouro escondido e da pérola de grande valor explicadas versículo por versículo
Mateus 13:44 – Ele achou algo incrível
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo” (Mateus 13:44).
Essa parábola nos dá aberturas para interpretações distintas, principalmente a respeito de quem seria o homem mencionado e o que simboliza o tesouro encontrado. Duas interpretações principais se destacam:
1. Cristo é o homem que encontra o tesouro (a igreja):
Segundo essa visão, o tesouro representa os salvos — a igreja — e o homem da parábola é Cristo. O tesouro estava oculto no campo (o mundo), e Cristo, ao encontrá-lo, o “esconde”, no sentido de protegê-lo e guardá-lo.
Em seguida, “vende tudo o que tem” — uma referência ao esvaziamento de si mesmo na encarnação e à entrega total de sua vida na cruz — e compra o campo (o mundo) para obter legalmente o tesouro. Ou seja, temos toda a obra legal de Cristo, realizada em favor dos salvos, diante de Deus!
Essa visão ganha força ao observarmos a parábola seguinte, que parece descrever um movimento semelhante, também com Cristo no papel central.
2. O homem representa o convertido que encontra Cristo:
Outra leitura bastante aceita vê o homem como qualquer pessoa que descobre o grande valor do evangelho e do reino de Deus. O tesouro representa Cristo e tudo o que Ele oferece: salvação, vida eterna, reconciliação com Deus.
O campo é o mundo, onde esse tesouro está, mas o tesouro está oculto aos olhos por causa do pecado. Ao encontrá-lo, o homem o esconde — ou seja, valoriza, preserva, protege — e, com alegria, abre mão de tudo que tem para possuí-lo.
Essa segunda interpretação fala da experiência da conversão: quando os olhos espirituais são abertos, o valor de Cristo é reconhecido e tudo o mais perde importância. Esse tesouro, que é Cristo, gera no coração desse convertido uma “transbordante alegria”.
De fato, podemos aplicar ambas as interpretações sem entrar em conflito: a primeira mostra o que Cristo fez por nós; a segunda, nossa resposta ao que Ele fez. O tesouro é o próprio Cristo e o privilégio de participar do Seu reino.
Mas, confesso, que diante da próxima parábola, tenho uma inclinação a preferir a primeira interpretação!
Mateus 13:45 – Procurando e achando algo incrível
“O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas” (Mateus 13:45)
Na segunda parábola, vemos novamente um homem em busca de algo valioso — dessa vez, um negociante especializado em pérolas. A comparação aqui muda ligeiramente: não o reino de Deus em si, mas o homem que negocia é que agora é “semelhante ao reino dos céus”.
Essa mudança de ênfase permite uma interpretação mais direta: o homem representa Cristo. O reino dos céus está totalmente ligado a Jesus. Não há reino dos céus sem Ele! Ele é a glória de tudo!
Ele veio ao mundo como aquele que busca o que é precioso — as almas que pertencem a Deus, mas estão perdidas. A ovelha perdida, a dracma perdida e, aqui, a pérola de grande valor!
As “boas pérolas” representam os servos de Cristo. Eles são “boas” não por méritos próprios, mas porque foram vistos com valor sob a ótica da missão de Jesus. O que antes era comum e pecador, se torna valioso ao ser incluído no plano redentor de Deus.
Mateus 13:46 – A única pérola de grande valor representa a igreja
“e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra” (Mateus 13:46)
O foco agora se estreita: de “boas pérolas”, passamos a “uma pérola de grande valor”. Isso indica uma ênfase especial — algo único, ímpar, valiosíssimo.
Essa pérola representa, com clareza, a igreja de Cristo. A igreja, composta por todos os que foram redimidos por Ele, é vista como um só corpo, uma unidade preciosa e grandiosa.
Cristo a valoriza (e ama) tanto que “vende tudo o que possui” — Ele deixa a glória celestial, se faz homem, sofre, é rejeitado, crucificado — e “a compra”, pagando o mais alto preço: o seu sangue.
Essa linguagem ecoa o que Paulo ensina: “…a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20:28).
Ao aplicar essa parábola à missão de Cristo, percebemos o valor grandioso que Ele atribui à igreja. Para o mundo, ela pode parecer fraca, dividida, insignificante. Mas aos olhos do Senhor, ela é a “pérola de grande valor”.
Tesouro e pérola: duas faces de uma mesma verdade
Ambas as parábolas nos conduzem a uma mesma conclusão: o reino dos céus é de valor inestimável. A primeira parábola enfatiza o valor do reino para o homem — seja Cristo o protagonista ou o homem convertido — e a segunda mostra o valor que nós temos para Cristo, quando pertencemos a esse reino.
Elas são gêmeas, sim, mas cada uma lança luz sobre aspectos diferentes da mesma verdade gloriosa: participar do reino de Deus exige entrega total, mas é a melhor escolha que alguém pode fazer.
Do lado de Deus, custou tudo, a morte do Filho Amado na cruz! Do nosso lado, também custa tudo, pois não há como servir a dois Senhores. Mas a alegria é completa e plena, pois a obra de Deus alcança seu objetivo!
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