A parábola do grão de mostarda verso por verso. Quem são as aves?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Presbítero, naquela parábola do grão de mostarda, tem duas coisas que não entendo bem: primeira, é sobre essa semente de mostarda. Já ouvi falar que ela não é a menor semente do mundo. Segunda: sobre as aves do céu aninhar-se nos ramos da árvore. Isso é sobre os salvos ou sobre os ímpios.

A parábola do grão de mostarda, assim como a parábola do fermento, forma um par poderoso que nos mostra como o reino de Deus começa pequeno, aparentemente insignificante, mas possui um poder de expansão muito maior do que qualquer pessoa poderia imaginar. 

Ambas trabalham a mesma lógica: algo que parece sem expressão, quando colocado nas mãos de Deus, alcança proporções grandiosas.

Porém, na parábola do grão de mostarda, Jesus acrescenta detalhes importantes que ampliam nosso entendimento sobre o reino. Detalhes como o tipo de semente usada, seu crescimento e a presença das aves são lições extras que se somam ao sentido principal e nos ajudam a compreender verdades profundas sobre o agir de Deus.

Além disso, essa parábola aparece não apenas em Mateus, mas também em Lucas 13:18-19 e Marcos 4:30-32, o que mostra que esse ensino era repetido por Jesus com intenção clara de fixar sua mensagem nos ouvintes.

Tendo isso em mente, vamos entender os dois versículos dessa parábola.

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Parábola do grão de mostarda explicada versículo por versículo

Mateus 13:31 – A semente será plantada, mesmo com toda oposição

“Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo” (Mateus 13:31).

Jesus inicia falando da ação de um homem que planta uma semente. Parece simples, mas essa imagem carrega muita profundidade espiritual. 

O homem que planta representa o próprio Senhor, que lança a semente da sua Palavra viva nos corações das pessoas. O campo é o mundo, como o próprio Jesus explicou na parábola do joio e do trigo.

Antes de entrarmos na questão da “menor semente”, é importante entender o tipo de planta citada. Existem cerca de 40 espécies de mostarda, mas a maioria dos estudiosos concorda que Jesus se refere à “Sinapis nigra”, uma espécie muito comum na Palestina. 

Embora não seja uma árvore, em boas condições ela pode atingir até 4 metros de altura, o que é impressionante para uma hortaliça.

Jesus usa essa planta justamente por ela ilustrar bem o contraste entre o pequeno começo e o grande resultado final — contraste que define o próprio reino de Deus.

O ponto principal aqui é que a semente será plantada, independentemente de qualquer oposição. A história bíblica testemunha isso. Desde o Antigo Testamento, Deus envia sua Palavra mesmo em ambientes hostis. Jesus anuncia o evangelho em meio a oposição religiosa e política. A igreja nasce entre perseguições.

Deus sempre planta — e isso precisa consolar o crente. O reino não depende de circunstâncias favoráveis. Ele avança porque Deus o planta.

Mateus 13:32 – Não menospreze algo pequeno que vem de Deus

“o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos” (Mateus 13:32).

Aqui Jesus alcança o ponto central da parábola: aquilo que é pequeno, desprezado e aparentemente sem valor pode se tornar algo grandioso quando Deus está envolvido. A semente de mostarda era usada como um exemplo perfeito desse contraste.

No campo espiritual, esse contraste é ainda mais visível:

  • Jesus começa com doze discípulos simples.
  • A igreja começa a avançar em um pequeno cenáculo.
  • Os primeiros crentes eram perseguidos e desprezados.
  • Mesmo assim, o evangelho se espalha pelo mundo.

Nada contém o avanço do reino de Deus. A “hortaliça gigante”, que chega a parecer uma árvore, representa exatamente isso: o reino cresce porque Deus o faz crescer.

Mas e a afirmação de que essa semente é maior do que todas? Ela não é a menor semente do mundo, e Jesus não está fazendo uma afirmação científica, mas usando um provérbio popular da sua época (uma expressão proverbial), da mesma forma que nós usamos expressões figuradas no dia a dia. 

Os ouvintes sabiam perfeitamente que a semente era usada popularmente para representar algo extremamente pequeno. O propósito da parábola não é descrever botânica, mas revelar a força do reino.

Aqui temos duas interpretações tradicionais, e ambas precisam ser compreendidas e, claro, no final, vou dar minha opinião de qual gosto mais.

Agora vem a parte um pouco mais polêmica: quem são as aves do céu mencionadas por Jesus?

1. As aves representam os ímpios que entram no reino para atrapalhar

Essa interpretação vê as aves como símbolos negativos, como na parábola do semeador, onde elas representam o maligno (Mateus 13:4,19). 

Assim, alguns veem as aves como pessoas que se aproveitam do reino sem fazer parte dele, como falsos cristãos, infiltrados ou agentes do maligno.

Essa leitura se apoia também no contexto da parábola do joio e do trigo, narrada pouco antes. Sendo assim, Jesus estaria falando das aves como sendo opositores aproveitadores.

2. As aves representam as nações que se beneficiam do reino

Outra interpretação — que considero a mais coerente — entende as aves de forma positiva, como símbolo de povos e nações que se achegam ao reino de Deus e encontram nele abrigo e bênção.

Essa interpretação tem forte fundamento bíblico, especialmente na linguagem profética.

Em Ezequiel 17:23, por exemplo, as aves representam pessoas de todas as nações encontrando proteção e vida sob a obra de Deus:

“No monte alto de Israel, o plantarei, e produzirá ramos, dará frutos e se fará cedro excelente. Debaixo dele, habitarão animais de toda sorte, e à sombra dos seus ramos se aninharão aves de toda espécie” (Ezequiel 17:23).

Essa imagem profética encaixa de maneira perfeita com o ensino de Jesus: o reino de Deus, que começa pequeno, cresce e alcança proporções gigantescas, ao ponto de incluir até os gentios — algo que era impensável para muitos judeus da época.

A força dessa interpretação é que ela se harmoniza com o plano geral de Deus:
o reino cresce, alcança o mundo e abençoa pessoas de todas as nações.

Essa, para mim, é a interpretação mais consistente dentro do contexto bíblico mais amplo.

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