Pregar a tempo e fora de tempo. Você entende o que isso significa?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Presbítero, o apóstolo Paulo dá uma orientação que não consigo entender bem como funciona na prática. Ele diz para pregar “a tempo e fora de tempo” ali em 2 Timóteo 4:2. Mas não seremos pessoas “chatas” pregando o tempo todo, mesmo em momentos em que deveríamos ficar calados? Ajude-me a entender melhor o que esse texto significa.

Primeiro vamos conhecer o verso em detalhes: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:2). 

Nesse pequeno verso, Paulo faz um resumo ao jovem pastor Timóteo sobre as principais funções do ministério. É um resumo prático que ajudaria Timóteo a lidar com as questões que apareceriam diante dele: pregar, instar, corrigir, repreender e exortar. 

Essas são cinco ações que um pastor realizará quase que diariamente ao longo do seu ministério. No entanto, a dúvida de muitos leitores recai sobre a frase “quer seja oportuno, quer não” — ou como muitos traduzem, “a tempo e fora de tempo”. O que significa isso na prática? 

Será que Paulo está dizendo que devemos pregar o tempo todo, até correndo o risco de nos tornarmos inconvenientes e chatos? A partir de agora, vamos mergulhar no contexto e no significado dessa poderosa ordem, compreendendo seu sentido profundo e prático para todos os servos de Deus.

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Pregar a palavra: a tarefa central de todo servo de Deus

A primeira ordem de Paulo a Timóteo é clara: “prega a palavra”. O verbo usado indica uma ação contínua e intencional. Pregar a Palavra é a tarefa mais básica e essencial de um pastor, e também de qualquer cristão comprometido com a missão do Evangelho. 

Essa pregação não se limita ao púlpito ou aos momentos oficiais dos cultos. Ela acontece também nas conversas particulares, nos encontros casuais, nas oportunidades inesperadas do dia a dia.

O centro do ministério pastoral — e da vida cristã — é a exposição da vontade de Deus revelada em Sua Palavra. É ela que tem poder de transformar vidas, trazer arrependimento, consolar corações e edificar a fé. 

O próprio Senhor mostra a força transformadora de Sua Palavra ao dizer: “Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?” (Jeremias 23:29). 

Assim como o fogo purifica e o martelo quebra rochas duras, a Palavra de Deus age de forma poderosa no coração humano, produzindo mudanças profundas.

“Instar”: estar pronto como um soldado em combate

Em seguida, Paulo ordena que Timóteo “inste”. O termo original no grego é ephistēmi, que significa “estar pronto”, “estar presente”, “estar disponível”. A ideia é a de um soldado preparado para o combate a qualquer momento. 

Assim deve ser o pregador: vigilante, preparado e disposto a cumprir sua missão quando surgir a oportunidade.

Isso significa que o servo de Deus não deve ser alguém que prega apenas quando tudo está preparado, quando o ambiente é favorável ou quando se sente plenamente confortável. Ou ainda quando pensa que aquele que vai ouvir esteja também totalmente preparado!

A prontidão para pregar a Palavra deve estar no DNA do cristão comprometido. Ela exige estudo constante, oração perseverante e sensibilidade espiritual para perceber quando Deus está abrindo portas para o anúncio do Evangelho.

“A tempo e fora de tempo”: a mensagem não depende das circunstâncias

Chegamos ao trecho central da nossa análise: “quer seja oportuno, quer não”, ou como muitas traduções colocam, “a tempo e fora de tempo”. 

Essa expressão tem causado confusão em muitos leitores ao longo dos séculos. Alguns pensam que significa sair por aí pregando em qualquer lugar, sem sabedoria, interrompendo conversas e sendo inconveniente. 

Outros acham que Paulo está dizendo que devemos adaptar nossa pregação ao gosto das pessoas. Nenhuma dessas ideias reflete o que o apóstolo realmente quis dizer.

O que Paulo está ensinando é que o pregador precisa estar sempre disposto a proclamar a Palavra, independentemente das circunstâncias.

Em outras palavras, ele não deve basear sua decisão de pregar em fatores como a receptividade do público, a conveniência do momento ou o conforto pessoal. A missão do servo de Deus não é agradar ouvintes, mas obedecer ao seu Senhor.

Uma palavra de correção, por exemplo, quase nunca será desejada ou bem recebida inicialmente. Ainda assim, se Deus direciona a falar, essa palavra precisa ser proclamada — mesmo que pareça “fora de tempo” do ponto de vista humano. 

Muitas vezes, momentos que parecem inoportunos são, na verdade, o tempo exato determinado por Deus para que Sua mensagem seja anunciada.

O pregador não pode ser guiado pelo medo de ser rejeitado ou de parecer “chato”; ele precisa ser guiado pelo chamado do Senhor da obra!

O exemplo de Natã: coragem para pregar mesmo quando não é oportuno

Para entender melhor essa ordem de Paulo, imagine-se no lugar do profeta Natã. Deus o envia para confrontar o rei Davi pelo seu grave pecado. 

Do ponto de vista humano, repreender o rei não parece ser uma ideia inteligente — afinal, ele tem poder absoluto e pode reagir de forma violenta. Quem poderia prever sua reação? Mas do ponto de vista de Deus, aquele era o momento exato em que Davi precisava ouvir a verdade.

Natã obedeceu e anunciou a mensagem do Senhor com coragem e fidelidade. Isso é o que significa pregar “fora de tempo”: não deixar que o medo, a conveniência ou a opinião das pessoas determinem se vamos ou não falar a verdade. Se Deus ordenou, o servo deve cumprir a missão.

A sabedoria de saber falar — e de saber se calar

É importante deixar claro que pregar “fora de tempo” não significa ser imprudente ou falar sem direção de Deus. Existem momentos em que Deus quer que fiquemos em silêncio. O pregador maduro aprende a discernir esses momentos através da oração e da sensibilidade ao Espírito Santo.

O ponto central do ensino de Paulo é que nossa disposição para pregar não deve depender da avaliação humana do “momento certo”. 

Haverá ocasiões em que parecerá inoportuno, mas será o tempo exato determinado por Deus. Haverá outras em que o silêncio será mais poderoso que as palavras. O papel do pregador é estar preparado para qualquer cenário.

No fim das contas, a ordem de Paulo a Timóteo é um chamado à fidelidade e à coragem. O pregador do Senhor não deve se preocupar em ser aceito, em parecer inconveniente ou em evitar julgamentos. 

Seu foco deve estar em obedecer a Deus e cumprir sua missão de proclamar a Palavra. Ser “a tempo e fora de tempo” significa estar sempre pronto para falar, mesmo quando isso não for popular, fácil ou confortável. Afinal, é por meio dessa fidelidade que Deus transforma vidas, confronta pecados e edifica Sua Igreja.

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