Dragões citados na Bíblia: Eles realmente existiram?
Você pergunta: Presbítero, por que a Bíblia cita, em alguns textos, um ser com o nome de dragão, se esse ser geralmente é mitológico, ou seja, não existe de verdade? Será que já existiram dragões na antiguidade e foram extintos, ou as citações sobre dragões são apenas simbólicas? Faz uma aula explicando essas questões, por favor!
Quando abrimos a Bíblia e encontramos a palavra “dragão” em diversos textos — especialmente no livro do Apocalipse — é comum surgirem algumas dúvidas: Será que existiram dragões reais na antiguidade? Ou esses seres mencionados são apenas simbólicos, representando algo maligno e ameaçador?
E mais: textos como o de Jó 41:21-22 parecem descrever criaturas que se assemelham muito aos dragões conhecidos da cultura popular. Vamos investigar tudo isso com base bíblica sólida e uma análise respeitosa dos significados originais das palavras.
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A presença dos “dragões” na Bíblia
A palavra “dragão” aparece em diversas partes da Bíblia, principalmente no livro de Apocalipse. Um dos textos mais conhecidos é este:
“Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas” (Apocalipse 12:3).
Esse texto nos remete diretamente à figura de Satanás, representado simbolicamente como um grande dragão vermelho. Mas antes de analisarmos a figura simbólica do dragão, é importante destacar que a ideia de um ser poderoso, imponente e assustador já existia desde os tempos mais antigos.
Inclusive, o livro de Jó traz uma descrição que impressiona por parecer referir-se a um ser semelhante ao que conhecemos como dragão:
“Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente ou de juncos que ardem. O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama” (Jó 41:20-21).
Neste trecho, Jó parece descrever um animal real — possivelmente o famoso Leviatã — e o faz com tanta riqueza de detalhes que muitos estudiosos se perguntam se não se tratava de uma criatura extinta, semelhante ao que hoje conhecemos por dinossauros.
Seja como for, o fato é que, desde a antiguidade, existia no imaginário das pessoas a ideia de um ser poderoso, terrível e temido, o que contribuiu para que essa figura fosse associada ao mal, especialmente ao Diabo e suas ações malignas.
O significado da palavra “dragão” nos originais bíblicos
Para entender melhor o uso dessa palavra nas Escrituras, precisamos analisar os termos usados nos idiomas originais da Bíblia — hebraico e grego.
Neemias 2:13 – “E, de noite, saí pela porta do vale, para o lado da fonte do dragão e para a porta do monturo…”
A palavra usada aqui é “tanniyn” no hebraico, que pode significar: monstro marinho, serpente, cobra e até mesmo animais que hoje seriam classificados como dinossauros.
Jó 26:13 – “Pelo seu sopro aclara os céus, a sua mão fere o dragão veloz.”
Neste caso, a palavra hebraica é “nachash”, que significa serpente, e pode ser usada tanto para serpentes reais como para seres mitológicos que faziam parte da cultura conhecida da época.
Isaías 27:1 – “Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o dragão, serpente veloz, e o dragão, serpente sinuosa, e matará o monstro que está no mar.”
Aqui, o termo usado é “livyathan”, que é um monstro marinho, um grande animal aquático ou, segundo alguns estudiosos, um tipo de dinossauro já extinto.
O que podemos aprender com isso é que as palavras traduzidas por “dragão” nas nossas versões podem se referir tanto a animais reais, como grandes serpentes ou monstros marinhos, quanto a criaturas simbólicas que representavam o mal, o caos e o perigo.
Tudo depende do contexto. Em algumas passagens, o texto dá a entender que o autor está falando de um animal real, como é o caso de Jó. Em outras, como Isaías 27:1, o tom parece mais poético ou profético, com um forte uso de linguagem simbólica.
O dragão em Apocalipse: símbolo do Maligno
No livro de Apocalipse, o termo grego usado é “drákōn”, que significa literalmente “dragão” ou “grande serpente”. Mas aqui o uso é totalmente simbólico e teológico, representando o Diabo e sua atuação maligna no mundo.
“Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas” (Apocalipse 12:3).
O “dragão” aqui representa o próprio Satanás. Apocalipse deixa isso claro mais adiante:
“Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Apocalipse 12:9).
A figura do dragão é utilizada para transmitir a ideia de um ser poderoso, destruidor e ameaçador — traços associados ao Inimigo, ao Tentador! É um uso literário forte e eficaz, que utiliza imagens do imaginário popular da época para comunicar realidades espirituais profundas.
Conclusão
A palavra “dragão” na Bíblia possui camadas de significado. Em alguns textos, parece se referir a animais reais, como o Leviatã descrito em Jó. Em outros, claramente aponta para figuras simbólicas, especialmente no Apocalipse, onde o dragão representa Satanás e seu poder destruidor.
É importante compreender o contexto de cada passagem e considerar os significados originais das palavras em hebraico e grego para não cair em interpretações equivocadas. Mas o mais importante é entender a mensagem central: o dragão, como símbolo do mal, será vencido pelo poder de Deus. A vitória final pertence ao Senhor!
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