Quem são os 144 mil descritos em Apocalipse?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você pergunta: Já vi muitos debates sobre quem sãos os 144 mil mencionados em Apocalipse e ainda não consegui formar minha opinião sobre essa questão. Para você quem é esse grupo? Ele é um grupo simbólico ou literal? É um grupo especial de pessoas?

Caro leitor, o livro de Apocalipse é sempre desafiador, pois sua linguagem e expressões nos desafiam a um estudo bem profundo para chegarmos a um entendimento do que Deus quis nos comunicar ali.

Vamos, então, verificar essa questão dos 144 mil e buscar um entendimento melhor sobre o tema.

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Quem são os 144 mil descritos em Apocalipse?

(1) Existem menções em dois capítulos diferentes de Apocalipse relacionadas ao número 144 mil. A primeira ocorre em Apocalipse 7:4: “Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel…”.

A segunda menção ocorre em Apocalipse 14:1: “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai”.

O primeiro pensamento que nos vem à mente numa leitura rápida é que esse grupo de pessoas citados nos dois textos seria o mesmo grupo e, no caso, segundo Apocalipse 7:4, seriam judeus por conta da expressão “filhos de Israel” e a menção das tribos de Israel.

No entanto, em minha opinião, esse não é um entendimento preciso dos textos quando consideramos todo o seu contexto.

Os 144 mil eram somente judeus?

(2) Em Apocalipse 7:3 temos algo interessante mencionado: “Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus”.

A expressão grifada parece nos demonstrar que não existe uma exclusividade do povo judeu dentre esses 144 mil. À luz dos ensinos do Novo Testamento não temos mais esse tipo de separação entre gentios e judeus:

“Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Galatas 3:28).

Assim, entendo que o texto trate de um número simbólico que representa os servos de Deus em sua totalidade.

Observe que a numeração é bastante equilibrada e “redonda”, o que parece indicar que se trata de números simbólicos que retratam a totalidade dos servos de Deus e não uma numeração literal exata de pessoas especiais somente do povo de Israel. Israel aqui pode se referir tanto aos convertidos de Israel, quando ao Israel espiritual (gentios).

Além disso, note a lista de tribos dos versos Apocalipse 7:4-8. Não temos ali a tribo de Dã e nem a menção direta de Efraim, mas temos a menção de José.

Mas se José estiver representando seus filhos, então, Manassés estaria mencionado 2 vezes, pois já é citado em 7:6.

Essas incongruências parecem ser propositais para demonstrar que se trata do “Israel espiritual” e não do Israel físico (judeus).

(3) A continuidade da análise, agora em Apocalipse 14:4, parece nos mostrar que não se tratava somente de judeus, mas de servos do Senhor de todas as nações:

“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14:4).

As características desses servos mostram pessoas fieis a Cristo, que foram redimidos por Ele e, por isso, estavam diante de Sua presença.

O fato de mencionar pessoas que não se macularam com mulheres não é literal e parece indicar um símbolo da pureza espiritual, pois o fato de ter relações com mulheres dentro do casamento, por exemplo, não é pecado e não desabona em nada a santidade de alguém.

As características especiais desse grupo demonstram a santidade dos chamados pelo Senhor.

(4) Dessa forma, concluímos que esses 144 mil mencionados em Apocalipse representam o número total de servos de Deus redimidos por Cristo.

Não representam apenas judeus e nem apenas homens e nem apenas 144 mil. As simbologias precisam ser interpretadas corretamente a fim de que não se cometam erros de interpretação.

Como exemplo cito o erro grave das Testemunhas de Jeová que afirmam que esses 144 mil são aqueles que viverão no céu e que esse número já está completo.

O restante das pessoas salvas moraria na terra, em um tipo de paraíso secundário. Rejeitamos esse tipo de ensino, pois está contrário ao que a Bíblia ensina.

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