A vara de disciplina em Provérbios é castigo físico nas crianças?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Presbítero, hoje em dia tem havido muita discussão na internet sobre castigo físico em crianças. Dentro desse tema, muitos defendem que a Bíblia apoia o castigo físico, enquanto outros dizem que a vara da disciplina na Bíblia não tem a ver com castigo físico, mas com conduzir na disciplina, no ensino. Confesso que fico confusa com esse tema e não entendo bem o que é correto aos filhos de Deus.

Nesse grande debate que tem havido a respeito das melhores formas de educar filhos existem muitas opiniões que, muitas vezes, são opiniões baseadas na vivência e na experiência de cada um. 

O problema é que aqueles que discordam da disciplina com castigos físicos tentam encaixar na Bíblia esse pensamento. E os que são a favor desse tipo de castigo, tentam também encaixar na Bíblia essa posição. Porém, tudo baseado em sua vivência e não em uma análise bíblica de fato!

A meu ver, porém, o que resolve isso é buscar dentro da Bíblia, de forma equilibrada e com respeito aos contextos, aquilo que Deus tem a comunicar sobre a educação de filhos da melhor forma possível. Sendo assim, vamos refletir juntos sobre textos bíblicos que falam sobre a vara, sobre a aplicação de disciplina e sobre o papel dos pais nisso tudo.

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O que vem ANTES da vara da disciplina segundo a bíblia?

O ponto que poucos consideram é: o que na Bíblia vem antes da disciplina mais dura, seja com vara ou sem ela? Para responder a essa dúvida, penso que não haja texto melhor do que Deuteronômio 6. Ali temos um resumo fascinante da importância do papel dos pais na vida dos filhos.

O interessante é que a ordem de Deus começa com uma ordem aos pais em seu relacionamento com Ele: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deuteronômio 6:5). 

Isso significa que se um pai falha nesse ponto, certamente falhará nos outros! A árvore precisa estar saudável para dar frutos saudáveis!

Em seguida o texto continua: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Deuteronômio 6:6-7).

Observe como a sequência mostra que os pais precisavam estar com a palavra de Deus no coração e, então, teriam autoridade para ensiná-la aos filhos em uma ação diária e intencional e em todos os lugares onde estivessem juntos!

O texto ainda reforça: “Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Deuteronômio 6:8). 

Aqui vemos um lar inundado pela Palavra de Deus de todas as formas possíveis. Esse é o verdadeiro alicerce da boa disciplina: pais cheios da Palavra, que a vivem e a transmitem diariamente.

Minha questão antes de falar sobre vara: Você é um pai ou uma mãe assim?

A vara da disciplina em provérbios

Chegamos agora ao ponto da vara da disciplina. O que um pai fazia quando o filho desobedecia? Sabemos que mesmo no melhor cenário possível é natural, dentro do crescimento da criança, que ela teste os limites da obediência e desobediência.

Sendo assim, não temos nenhum verso da Bíblia que indique que diante de qualquer desobediência (mínima que seja) os pais já usavam um castigo físico como primeira opção.

É aqui que entra o provérbio: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22:15).

A palavra “estultícia” significa insensatez. E o texto mostra que a vara da disciplina (hebraico shebet) junto com disciplina (muwcar) não se referem necessariamente a castigo físico imediato, mas a um caminho de condução firme e educativa (como quando o pastor conduz as ovelhas com a vara (shebet) nos Salmo 23.

Já imaginou se, a cada insensatez diária de uma criança, ela recebesse uma “varada” física? É evidente que o autor de Provérbios não tinha isso em mente!

Em termos iniciais, essa insensatez é vencida por meio do ensino, conforme já vimos em Deuteronômio 6. Os pais são chamados a exercer intencionalidade diária para conduzir os filhos à sabedoria. Se esse tipo de vara da disciplina (como castigo físico) fosse usada em todos os casos de indisciplina e insensatez, qualquer criança viveria o dia todo apanhando, não é mesmo?

Mas, calma, daqui a pouco vou falar daquele texto que fala sobre “fustigar com vara”!

O perigo de usar a vara como “varinha mágica”

O grande problema, a meu ver, é que muitos pais, ausentes de seu papel e falhos além do aceitável, veem na vara uma “varinha mágica” que, se usada para castigo físico, a qualquer momento, dá um resultado instantâneo. Isso é uma ilusão!

A vara da disciplina não é uma fórmula rápida, mas um recurso educativo que deve estar fundamentado no ensino constante, no amor e no exemplo. Pais que terceirizam sua responsabilidade para a violência apenas se afastam ainda mais do plano de Deus.

Somado a isso, pais que são tomados fortemente pela emoção diante de uma desobediência do filho e acabam desejando rapidamente usar a vara “mágica” com desejo de punir erram duplamente! Disciplina não é sobre punir raivosamente!

Por isso, a Bíblia não autoriza o uso da vara da disciplina como uma varinha mágica que vai resolver as omissões, os despreparos e outros erros dos pais na educação dos filhos! Aqui cabe uma reflexão de cada pai e mãe sobre o que pensam dessa vara da disciplina, se sua visão não está distorcida!

Quando o uso físico da vara pode ser considerado?

Mas e quando os pais são assertivos na educação, são exemplos razoáveis, mas o filho insistentemente e excessivamente se mostra indisciplinado? Existe a vara da disciplina para casos assim?

Penso que quando os pais esgotaram todo o caminho do ensino e da disciplina firme, sem recorrer a castigos físicos, pode haver espaço para uma correção física MÍNIMA E MODERADA. Porém, aqui precisamos abrir um alerta importante: qualquer tipo de violência desmedida, exagerada, impulsionada por raiva ou descontrole não está autorizada pela Palavra.

É nesse contexto que podemos compreender o provérbio: “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá” (Provérbios 23:13).

O termo “fustigar” (hebraico nakah) significa golpear ou açoitar. Muitos tentam interpretar esse texto como totalmente simbólico, referindo-se apenas a uma disciplina mais dura, sem qualquer intervenção física; no entanto, o texto não parece admitir essa leitura.

Aqui o texto admite que um pai sábio, equilibrado e fundamentado na Palavra de Deus pode usar a correção física em situações mais drásticas. Mas não como primeira opção, e jamais como violência desmedida. 

Qualquer adulto que resolva usar esse recurso na educação deve pensar mil vezes se já esgotou as formas iniciais de educação e disciplina e se está apto a direcionar uma correção desse tipo com equilíbrio.

A educação sempre deve prevalecer

O ideal, no entanto, é que esse recurso nem precise ser usado, já que pais sábios, com habilidade e dedicação, conseguem conduzir a educação por caminhos menos traumáticos. 

Não podemos ignorar que castigos físicos podem deixar marcas emocionais, mesmo quando usados com moderação. A prioridade deve ser sempre formar caráter por meio da sabedoria de Deus orientada no viver diário.

Nesse ponto, outro provérbio nos dá uma visão equilibrada: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Provérbios 29:15).

Aqui temos uma verdade incontestável: o maior problema não é quando os pais usam a vara de forma correta, mas quando abandonam sua responsabilidade e deixam os filhos entregues a si mesmos.

Infelizmente, muitos pais hoje não priorizam tempo de convivência, de oração, de estudo da Palavra e de participação real na vida dos filhos.

Pelo contrário, entregam-nos a celulares, influenciadores digitais e entretenimentos que distorcem valores. Nesse caso, quem deveria receber a disciplina são os pais, pois abandonaram o dever que Deus lhes confiou!

Como pais que vivem esse tipo de realidade podem pensar que pegar uma vara e impor um castigo físico irá resolver a situação do filho?

Conclusão: a vara não é uma arma, mas um instrumento de sabedoria

Assim, a vara da disciplina usada de forma incorreta, fora de hora e sem sabedoria, é como uma arma nas mãos de alguém despreparado: certamente causará feridas profundas. 

Mas, quando usada dentro do equilíbrio bíblico — depois de ensino, diálogo e firmeza —, pode ser um recurso legítimo para afastar a insensatez da vida da criança.

No entanto, que os pais sempre busquem no Senhor a sabedoria necessária para que a disciplina seja primeiramente um reflexo da vida deles com Deus e não um ato isolado de dureza. Afinal, filhos não precisam apenas de correção, mas, sobretudo, de exemplos vivos de fé, amor e temor ao Senhor.

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