Por que a mulher tinha que oferecer sacrifício depois do parto? Era pecado ter filho?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Fiquei sem entender algo que vi no livro de Levítico. Na parte que fala sobre as leis de purificação depois do parto da mulher (Levítico 12), diz que a mulher, depois de passado o tempo do parto de um menino ou de uma menina, deveria levar uma oferta pelo pecado. Não entendi essa parte. Seria pecado ter um filho? Deus considerava o parto um pecado? Ajude-me a entender, por favor!

Muitos estudantes da Bíblia se deparam com dificuldades ao interpretar passagens isoladas das Escrituras. Um exemplo claro é o texto em Levítico 12, que trata das leis de purificação da mulher após o parto. O texto diz:

E, cumpridos os dias da sua purificação por filho ou filha, trará ao sacerdote um cordeiro de um ano, por holocausto, e um pombinho ou uma rola, por oferta pelo pecado, à porta da tenda da congregação (Levítico 12:6).

A princípio, pode parecer que o sacrifício exigido seria um indicativo de pecado relacionado ao nascimento da criança, mas uma análise mais aprofundada revela que não é isso que o texto ensina!

Contexto das Leis do Antigo Testamento

No Antigo Testamento, a nação de Israel vivia sob um conjunto de leis que regulavam desde os rituais diários até as grandes festas e sacrifícios.

Essas normas não só estruturavam a vida religiosa, mas também tinham o propósito de proteger o povo, incluindo a mulher, em momentos de vulnerabilidade.

Por isso, o conjunto de leis dadas por Deus, inclusive aquelas que envolviam purificação ritual, deve ser sempre analisado de forma contextual, para que não se crie a impressão equivocada de que acontecimentos naturais, como o parto ou até a menstruação natural da mulher, fossem vistos como pecaminosos.

A purificação e a proteção divina

Após o parto, a mulher passava por um período chamado de purificação, estabelecido para protegê-la e proporcionar um tempo de recuperação física e espiritual. 

Na lei de Levítico, encontramos instruções específicas para os casos de parto de menino ou de menina, mas a lei não explica porque há diferenças no tempo de purificação no caso de partorde menino em relação ao parto de menina.

O período de impureza

No caso do parto de um menino, a lei diz:

“Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda” (Levítico 12:2).

O termo “imunda” aqui não indica que ter um filho a deixou em condição de pecado (suja, manchada), mas sim uma condição de inaptidão para participar dos rituais sagrados (não estava apropriada a participar).

Durante esse período, a mulher era dispensada de cumprir certas obrigações religiosas e de participar de várias coisas da vida comunitária que eram obrigatórias na lei (por exemplo, festas, sacrifícios, jejuns, etc). Isso era uma bênção para ela quando pensamos em uma mulher que acabou de ter um bebê!

Essa dispensa funcionava como uma proteção, permitindo que ela se recuperasse sem a pressão de cumprir os rigorosos rituais da Lei de Moisés.

A extensão do período de purificação

Após os sete dias iniciais, a mulher deveria continuar em um período de purificação por mais 33 dias, isso no caso do parto de um menino:

“Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue; nenhuma coisa santa tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação” (Levítico 12:4).

Hoje, cientificamente, sabemos que esse período de tempo, chamado de resguardo, é imprescindível para a recuperação da mulher.

Na lei de Moisés essa recuperação já visava o físico, o emocional e o espiritual! É incrível como Deus fez leis para abençoar seu povo, mesmo eles ainda não tendo conhecimento científico sobre o porquê de muitas delas!

Então, observe que a mulher viveria um período onde poderia dedicar-se à sua recuperação e ao bebê que muito precisaria dela nesse período.

O sacrifício pelo pecado: seu significado e propósito

Após o período de purificação, a lei orienta a mulher a realizar um sacrifício que, à primeira vista, pode gerar dúvidas:

“…e um pombinho ou uma rola, por oferta pelo pecado, à porta da tenda da congregação” (Levítico 12:6).

É fundamental destacar que em nenhum lugar das Escrituras se afirma que ter um filho seja um pecado. Ao contrário, a fertilidade e a capacidade de gerar descendentes foram dotadas à mulher por Deus, antes mesmo da entrada do pecado no mundo. Então, por que essa oferta pelo pecado?

Reintegração à comunhão com Deus

A oferta pelo pecado, junto com o holocausto, tinha a função de marcar a reintegração da mulher ao convívio pleno com a comunidade e com Deus. Durante o período de purificação, a mulher estava, por determinação do Senhor, afastada de todas as atividades litúrgicas e dos encontros sagrados.

Esse afastamento não é uma punição pelo parto, mas uma medida preventiva e protetiva, que visava cuidar da sua saúde e bem-estar.

O sacrifício não era devido ao ato do parto em si, mas sim à necessidade de restaurar a plena pureza ritual que havia sido temporariamente suspensa. 

Ao oferecer o cordeiro e o pombinho ou a rola, a mulher demonstrava, de forma simbólica, que estava pronta para retornar à comunidade e à presença de Deus com todas as suas responsabilidades e privilégios restaurados. E, claro, com toda certeza essa mulher teria cometido algum pecado nesse período e isso seria resolvido nesse sacrifício!

A Inclusão dos filhos na Aliança

Outro aspecto importante é que o sacrifício servia para reintegrar a mãe numa nova realidade: agora com uma criança que estava inserida também na aliança de Deus. 

No caso dos meninos, a circuncisão simbolizava a entrada na aliança, enquanto as meninas também eram parte integrante desse pacto, ainda que os rituais específicos fossem distintos.

Dessa forma, o sacrifício reafirmava a continuidade da aliança e o cuidado de Deus em manter a santidade do povo.

A restauração da comunhão: Um exemplo com Maria

O exemplo mais significativo que ilustra essa prática é o de Maria, mãe de Jesus. Segundo o Evangelho, ela cumpriu rigorosamente o período de purificação previsto na Lei de Moisés:

“Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor” (Lucas 2:22).

Esse episódio reforça que a prática ritual não tinha a intenção de estigmatizar ou punir a mulher pelo parto, mas sim de integrar tanto ela quanto seu filho ao convívio sagrado da comunidade de fé. 

Maria, mesmo sendo escolhida para um papel singular na história da salvação, seguiu à risca os preceitos da lei, demonstrando o respeito absoluto à ordem divina e à tradição do povo de Israel.

Aplicações práticas e reflexões 

Proteção e cuidado de Deus

Ao analisarmos Levítico 12, percebemos que o que parece ser uma rigidez legal, na verdade, expressa o zelo de Deus para com a mulher. 

Ela era protegida durante o período de vulnerabilidade pós-parto e, através do sacrifício, era reintegrada à comunidade sem qualquer estigma. 

Essa abordagem revela que as normas da Lei de Moisés visavam não apenas a obediência, mas o cuidado integral do indivíduo, conciliando aspectos físicos, espirituais e sociais.

A importância do contexto na interpretação bíblica

Estudar as Escrituras de maneira isolada pode levar a mal-entendidos. O exemplo das leis de purificação mostra que cada mandamento deve ser interpretado à luz do seu contexto histórico e cultural. 

Assim, ao estudarmos passagens como essa, é crucial considerar o ambiente em que foram instituídas, o papel dos rituais na vida do povo de Israel e o cuidado protetivo de Deus com cada um de seus filhos.

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