Por que o levita cortou sua concubina em 12 pedaços? (Juízes 19:29)

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
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Você Pergunta: Presbítero, tem horas, confesso, que a Bíblia me deixa um pouco assombrado. Por exemplo, no caso citado em Juízes 19:29, onde um levita partiu uma mulher em 12 pedaços e enviou um pedaço dela para cada parte de Israel. Por que ele fez isso? Por que a Bíblia tem histórias tão cruéis e tristes, até envolvendo pessoas que eram servas de Deus?

Muitas pessoas olham para a Bíblia com um olhar que chamo de “romântico” demais. Explico: a Bíblia é um livro extremamente sincero. Ela não esconde a maldade humana, não esconde o juízo de Deus e nem mesmo os pecados de seus personagens mais admirados.

Por isso, ao lermos suas páginas, nos deparamos com relatos que não são doces nem agradáveis. Ao contrário, muitas vezes são pesados e até chocantes.

A Bíblia, em sua maioria, é descritiva. Ela nos mostra como a vida era, como Deus interveio na história humana e como o ser humano é capaz das maiores atrocidades — algo que, aliás, ainda presenciamos em nossos dias.

Um desses relatos que deixa qualquer leitor abismado, está em Juízes 19, o caso conhecido como o do levita e sua concubina.

Esse acontecimento se passa no período dos juízes, um tempo de aproximadamente 400 anos em que Israel vivia em profunda instabilidade moral e espiritual.

O próprio autor do livro resume bem essa época: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21:25). Esse é o pano de fundo de uma história que, mesmo terrível, carrega lições poderosas que Deus quis que ficassem registradas para nossa reflexão sincera!

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O que realmente aconteceu em Juízes 19?

Muita gente, ao ouvir esse episódio, se assusta e pensa que o levita foi o autor do crime contra a mulher. Mas, lendo com atenção o capítulo, entendemos melhor os fatos.

Esse levita, cujo nome não é revelado, era da tribo de Levi e tinha uma concubina que era de Belém de Judá: “Naqueles dias, em que não havia rei em Israel, houve um homem levita, que, peregrinando nos longes da região montanhosa de Efraim, tomou para si uma concubina de Belém de Judá” (Juízes 19:1).

Depois de algum tempo, houve desentendimento entre eles, e a mulher voltou para a casa do pai: “Porém ela, aborrecendo-se dele, o deixou, tornou para a casa de seu pai, em Belém de Judá, e lá esteve os dias de uns quatro meses.” (Juízes 19:2).

Desejando reatar o relacionamento, o levita foi até lá, foi bem recebido e, depois de alguns dias, convenceu a mulher a voltar com ele (Juízes 19:3-10).

No caminho de volta, já tarde, decidem pernoitar em Gibeá, cidade da tribo de Benjamim: “Disse mais a seu moço: Caminha, e cheguemos a um daqueles lugares e pernoitemos em Gibeá ou em Ramá.” (Juízes 19:13).

Na praça da cidade, um homem velho os vê e os convida para dormir em sua casa, já que ficar na rua era perigoso (Juízes 19:16-20). Isso já indicava como era a índole de boa parte das pessoas daquele lugar! Mas o que parecia seguro se transforma num verdadeiro horror.

Uma cena de perversão semelhante à de Sodoma

Logo à noite, a casa é cercada por homens perversos que desejavam abusar sexualmente do levita:
“Enquanto eles se alegravam, eis que os homens daquela cidade, filhos de Belial, cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Traze para fora o homem que entrou em tua casa, para que abusemos dele” (Juízes 19:22).

O velho então oferece sua filha e a concubina do levita, o que mostra também uma ação sem qualquer base na justiça e na retidão: “Minha filha virgem e a concubina dele trarei para fora; humilhai-as e fazei delas o que melhor vos agrade; porém a este homem não façais semelhante loucura” (Juízes 19:24).

Como aqueles homens malignos insistiam com violência, a concubina é entregue a eles, o que também indica, mais uma vez, um ato covarde tanto do velho quanto do levita que não cumpriu seu dever de homem de proteger a mulher:

“Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; então, ele pegou da concubina do levita e entregou a eles fora, e eles a forçaram e abusaram dela toda a noite até pela manhã; e, subindo a alva, a deixaram” (Juízes 19:25).

Pela manhã, a mulher volta para a casa e cai diante da porta, já sem vida:
“Ele lhe disse: Levanta-te, e vamos; porém ela não respondeu; então, o homem a pôs sobre o jumento, dispôs-se e foi para sua casa” (Juízes 19:28).

É nesse momento que o levita toma uma atitude chocante:

“Chegando a casa, tomou de um cutelo e, pegando a concubina, a despedaçou por seus ossos em doze partes; e as enviou por todos os limites de Israel” (Juízes 19:29).

Por que o levita cortou a mulher em 12 pedaços?

Esse ato foi, na verdade, uma forma de protesto e denúncia. A intenção era gerar comoção nacional e convocar Israel a reagir diante de tamanha maldade de uma de suas tribos (Benjamim), que passou por cima de todo ensino que o Senhor já havia dado nas Leis de Moisés! E funcionou.

As tribos de Israel se reuniram para punir os agressores. Pediram que os benjamitas entregassem os culpados daquelas cidade, que ficava em seu território:

“Dai-nos, agora, os homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos de Israel o mal; porém Benjamim não quis ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel” (Juízes 20:13).

A recusa levou a uma guerra entre Israel (as 11 tribos) contra a tribo de Benjamim. O conflito foi duro e sangrento, com milhares de mortos, mas serviu como uma tentativa de erradicar o mal que se espalhava entre o povo.

Que lições podemos tirar dessa história?

A Bíblia é realista, não romantizada. Ela mostra a humanidade em sua luz mais sombria, não para glorificar o pecado, mas para nos advertir sobre onde a ausência de Deus pode nos levar.

O pecado se espalha rapidamente onde não há temor a Deus. A frase “cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21:25) resume o caos moral e social daquele tempo. Houve um abandono muito grande das leis do Senhor!

Mesmo o povo de Deus pode se corromper. Os homens de Gibeá não eram estrangeiros. Eram israelitas, da tribo de Benjamim, e cometeram atos dignos de Sodoma e Gomorra. Um ato impensado de um grupo de pessoas, gerou morte e destruição em uma sociedade inteira!

O levita errou também. Mesmo protestando, sua falha em proteger sua concubina demonstra que o povo havia perdido a noção do que era certo, pensando em formas totalmente equivocadas para resolver problemas, repetindo, inclusive, erros que já haviam sido condenados por Deus na história, como o caso de Sodoma e Gomorra!

A resposta coletiva contra o mal foi necessária. O protesto do levita mobilizou Israel. A justiça, mesmo tardia, foi buscada. O texto mostra que consultando o Senhor, ele mandou que subissem contra Benjamim, o que era também um juízo contra eles (Juízes 20:27-28).

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