Por que havia um sorteio para os sacerdotes entrarem no templo no tempo de Jesus?

Postado por Presbítero André Sanchez, em #VocêPergunta |
A Bíblia nunca foi tão FÁCIL de entender! Talvez você esteja ESTRANHANDO isso que acabou de ler, pois todo mundo diz que a Bíblia é DIFÍCIL DE ENTENDER!

Porém, depois que criei meu método TEXTO NA TELA de estudo da Bíblia toda e já o apliquei em mais de 25 mil alunos em meus 20 anos dando aulas, certamente posso afirmar que ficou FÁCIL estudar a Bíblia!

QUER COMPROVAR ISSO? Você também pode fazer parte desse grupo de pessoas que entendem a Bíblia com facilidade, estudando algumas horas toda semana!

Nosso método exclusivo te guia passo a passo para uma compreensão mais profunda da Palavra de Deus, com muita facilidade!

Porém, como atendo pessoalmente meus alunos, as vagas são limitadas!

Acesse agora o link com todos os detalhes desse material, pois pode sair do ar a qualquer momento ACESSAR DETALHES (Clique aqui)…

Você Pergunta: No texto de Lucas 1, onde fala sobre João Batista, que veio de um casal de idosos que não tinham filhos, diz que Zacarias, que era sacerdote, entrou no templo “por sortes”, ou seja, através de um sorteio. Eu não entendi bem isso, pois, pelo que me lembro, os sacerdotes deveriam ser da família de Arão. Então, por que esse sorteio? Ele já não era sacerdote e tinha o dever de servir ali?

O texto que narra o nascimento de João Batista nos traz uma informação interessante:

“Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso” (Lucas 1:8-9).

Para entender corretamente porque houve esse sorteio, precisamos relembrar como funcionava o sistema sacerdotal de Israel!

O sistema sacerdotal de Israel teve início com a família de Arão, irmão de Moisés, que foi escolhido para ser o primeiro sumo sacerdote. Assim, Deus determinou a seguinte ordem para a nomeação dos sacerdotes:

“Faze também vir para junto de ti Arão, teu irmão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me oficiarem como sacerdotes, a saber, Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar” (Êxodo 28:1)

Nesse período inicial, o sacerdócio era exercido por um grupo muito restrito, contando apenas com Arão e seus filhos. A tragédia envolvendo Nadabe e Abiú, que morreram por oferecerem fogo estranho ao Senhor (Levítico 10), reduziu ainda mais o número daqueles aptos a servir. 

Contudo, a linhagem sacerdotal não permaneceu estática; com o passar do tempo, a família de Arão através de seus dois filhos (Eleazar e Itamar) foi se multiplicando e muitos descendentes passaram a ter direito ao sacerdócio.

A evolução dos turnos sacerdotais no tempo de Davi

Com o aumento do número de sacerdotes, surgiu a necessidade de organizar o serviço no templo. Durante o reinado do rei Davi, que preparou o cenário para a futura construção do templo por Salomão, foi instituída uma organização por turnos, a fim de garantir que todos os descendentes tivessem a oportunidade de servir, conforme seu direito de nascimento.

Davi estruturou o serviço sacerdotal em 24 turnos, distribuindo-os entre os descendentes dos filhos de Arão, Eleazar e Itamar. Essa divisão permitiu que, mesmo com o grande número de sacerdotes, os serviços fossem realizados de forma ordenada e equilibrada. Temos informações detalhadas sobre isso no livro de 1 Crônicas:

“E achou-se que eram mais os filhos de Eleazar entre os chefes de famílias do que os filhos de Itamar, quando os dividiram; dos filhos de Eleazar, dezesseis chefes de famílias; dos filhos de Itamar, oito” (1 Crônicas 24:4)

Em 1 Crônicas 24:7-18, encontramos a listagem dos nomes de cada um dos turnos, demonstrando como a administração desse serviço foi cuidadosamente planejada por Davi. 

Essa organização se fez necessária para que as responsabilidades não recaíssem sempre sobre os mesmos indivíduos, permitindo que o serviço sagrado fosse compartilhado entre todos os que tinham direito ao sacerdócio.

Zacarias e o turno de Abias

Voltando à narrativa do Evangelho de Lucas, encontramos a história de Zacarias, um sacerdote que pertencia ao turno de Abias. O texto nos apresenta essa informação de maneira clara:

“Nos dias de Herodes, rei da Judeia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel” (Lucas 1:5)

Este versículo nos permite identificar que Zacarias, além de ser descendente de Arão, também tinha uma esposa, Isabel, que era da mesma descendência. Ele estava inserido em uma organização sacerdotal já consolidada, fruto do longo processo de multiplicação dos descendentes de Arão e da divisão do serviço em turnos.

Em 1 Crônicas 24:10 ficamos sabendo que o turno de Abias era o número nove da lista de vinte e quatro turnos estipulados pelo rei Davi.

O mecanismo de lançar sortes e sua importância

Uma questão que frequentemente surge é: por que, se Zacarias já era sacerdote e tinha o direito de servir, seria necessário recorrer a um sorteio para determinar quando ele exerceria determinadas funções? Para responder a essa dúvida, precisamos compreender a dinâmica dos turnos sacerdotais na época.

O serviço no templo envolvia diversas atividades, algumas das quais eram realizadas (possivelmente) apenas uma vez na vida do sacerdote (devido a quantidade de sacerdotes aptos), como o ato de queimar o incenso no santuário do Senhor.

Este procedimento era realizado “por sorte”, isto é, mediante o lançamento de sortes, para que a oportunidade de cumprir essa função fosse distribuída de forma justa entre todos os que pertenciam aos 24 turnos. O relato em Lucas evidencia essa prática:

“Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso” (Lucas 1:8-9)

Ao usar o sorteio, a administração do templo assegurava que todos os sacerdotes, mesmo aqueles pertencentes a famílias numerosas, tivessem a oportunidade de desempenhar funções de destaque. Essa prática evidenciava a justiça e a equidade no serviço sagrado, permitindo que cada sacerdote experimentasse momentos de honra e participação ativa nos ritos do templo.

A revelação do anjo Gabriel

A narrativa prossegue com um acontecimento que muda a vida de Zacarias para sempre. Durante o exercício de seu turno, enquanto cumpria a função de queimar o incenso, ele teve um encontro extraordinário com o anjo do Senhor:

“E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso” (Lucas 1:11)

Este episódio não só marcava um momento de profunda revelação divina, mas também prefigurava o anúncio do nascimento de João Batista, o precursor de Jesus. Apesar de Zacarias e Isabel serem avançados em idade e não possuírem filhos, Deus escolheu esse momento preciso para demonstrar que Sua vontade se cumpre de maneira surpreendente e perfeita:

“Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias” (Lucas 1:6-7)

Assim, o sorteio não era um mecanismo de incerteza, mas sim uma forma ordenada de dar oportunidade a todos os sacerdotes e, naquele dia específico, foi o meio pelo qual Deus escolheu Zacarias para ser o instrumento de um dos anúncios muito importantes na história da redenção, o nascimento daquele que foi o precursor do Messias, João Batista!

Você pode ler MAIS UM ESTUDO agora? Escolha um abaixo e clique:

Compartilhe este estudo:
  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • WhatsApp