O mundo jaz no Maligno! Você não entendeu bem esse ensino e vou te provar!
Você Pergunta: Presbítero, quando a Bíblia diz que o mundo inteiro “jaz no maligno”, o que isso quer dizer exatamente? Eu vi alguns significados dessa expressão “jaz no maligno”, mas não consegui compreender com profundidade a aplicação dela na prática. Pode me ajudar a entender?
Quando chegamos às linhas finais da primeira carta de João, encontramos um apóstolo já idoso, que encerra seu escrito relembrando pontos essenciais da fé cristã.
Ele deseja que os crentes guardem verdades fundamentais que devem guiar sua caminhada neste mundo. Entre essas verdades, João afirma que existem coisas que “sabemos” como filhos de Deus. Ou seja, elas precisam ser sempre relembradas!
A primeira é: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5:18).
Isso significa que o crente, como nova criatura em Cristo, não é mais dominado pelo pecado e pelo diabo. Ele passa a viver uma vida de santificação, buscando agradar ao Senhor em tudo. Ele guarda o Senhor no coração e vive para glorificá-Lo!
Mas João também relembra outra verdade que todo cristão deve ter em mente: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 João 5:19).
Aqui está uma constatação séria: embora sejamos de Deus, vivemos em um ambiente hostil, onde o sistema mundano está submisso ao diabo.
Para entender profundamente essa expressão, precisamos analisar cada parte dela: “o mundo inteiro”, “jaz” e “no Maligno”. Faremos isso a partir de agora!
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O mundo inteiro: o sistema sem Deus
Quando João fala do “mundo inteiro”, ele não está se referindo à criação em si, mas ao sistema humano sem Deus, estruturado em rebelião contra o Criador.
É uma sociedade que rejeita o Senhor e abraça valores contrários à sua vontade. Você consegue ver isso facilmente, basta ligar a tevê ou acessar alguma rede social e você vê como o sistema mundano se mostra cada dia mais sem Deus!
O apóstolo Paulo reforça esse ensino ao dizer: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:4).
Aqui vemos claramente que o diabo é chamado de “deus deste século”, porque exerce domínio sobre aqueles que não entregaram suas vidas a Cristo. O mundo, sem Deus, está cego e incapaz de enxergar a luz do evangelho. E nós estamos vivendo nesse sistema, porém, sem fazer parte dele!
Jaz: uma submissão ao maligno
A palavra “jaz” traz a ideia de repousar, estar deitado ou estar em estado de submissão. Pense naquele cachorrinho que se deita e fica de barriga para cima, com as patinhas erguidas, totalmente submisso ao seu dono!
No contexto de João, significa que o sistema mundano está sob o poder do mal, paralisado e mantido em sujeição pelo diabo, como um cachorrinho covarde!
Mais do que isso, indica também um estado de aceitação do mal. O mundo não apenas sofre influência do maligno, mas abraça e ama suas obras, normalizando o pecado e, muitas vezes, exaltando aquilo que Deus condena.
João está falando dessa submissão que já existia em sua época e ainda permanecerá até o retorno de Cristo, em Sua volta gloriosa, quando ele põe fim a esse sistema!
No maligno: uma referência ao diabo
Ao usar a expressão “no Maligno”, João é específico. A letra maiúscula no termo “Maligno” não é por acaso: trata-se de uma referência direta ao diabo, também chamado de Satanás e serpente na Bíblia. O inimigo de Deus e dos homens.
Ele é o representante máximo do mal, o opositor do Senhor e o acusador do povo de Deus.
Portanto, João não fala apenas de um mal abstrato, mas de um ser real, que exerce poder e influência sobre a sociedade afastada de Deus. Essa sociedade o serve e faz a sua vontade, gerando um ambiente hostil a tudo aquilo que vem de Deus.
Note que João não esconde a realidade! Nem romantiza a vida cristã! Ele mostra como realmente são as coisas, mas mostra também quem nós somos em Cristo e a força da proteção de Deus!
A soma das expressões: uma sociedade presa ao diabo
Quando unimos essas três partes, entendemos melhor a gravidade da declaração de João: o sistema mundano, sem Deus, está submisso ao poder do diabo e de suas obras.
Isso se manifesta em várias áreas:
- Na promoção do pecado como algo aceitável;
- Na criação de filosofias e ideias que afastam o homem de Deus;
- Na tentação constante que leva o ser humano a ceder aos desejos carnais.
E aqui precisamos lembrar a advertência de Tiago: “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1:15).
Esse é o resultado final de um mundo que jaz no maligno: uma vida de pecado que conduz à morte espiritual e eterna.
Mas João não deixa os crentes sem esperança. Ele mesmo recorda no versículo anterior: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5:18).
O cristão não está imune às tentações do mundo, mas tem uma proteção especial: Cristo o guarda! Isso não significa que o crente nunca peque, mas que o pecado e o diabo não têm domínio final sobre ele. Em Cristo, a condenação foi anulada e a vitória já está garantida.
Aplicando a verdade na vida prática
O ensino de João deve nos levar a algumas aplicações importantes:
Consciência do ambiente em que vivemos – não podemos nos iludir achando que o mundo é neutro; ele está sob domínio do maligno.
Vigilância constante – sabendo disso, precisamos vigiar, pois o inimigo age sutilmente por meio de tentações e ideologias que querem nos afastar de Deus.
Vida de santidade – como filhos de Deus, somos chamados a viver separados do pecado e a buscar diariamente a santificação.
Esperança em Cristo – mesmo vivendo em um mundo que jaz no maligno, não estamos sozinhos. Temos um Guardador que venceu o diabo e nos dá vitória.
Por isso tudo, quando João escreve que o mundo inteiro jaz no maligno, ele não faz isso para assustar, mas para despertar os crentes.
É um alerta amoroso de um pastor experiente: embora sejamos de Deus, precisamos ter clareza de onde estamos vivendo e da batalha espiritual ao nosso redor.
Esse lembrete deve nos conduzir a uma vida cuidadosa, de zelo pela fé e confiança no Senhor, sabendo que, apesar de tudo, aquele que nasceu de Deus nos guarda.
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