Apóstolos? Entenda por que esse título não pode existir nos dias atuais!
Você Pergunta: Presbítero, nos nossos dias muitos homens se autodenominam apóstolos. Temos, inclusive, muitos deles que são bem famosos na mídia. Porém, já vi pregadores falando que não existem mais apóstolos atualmente. Isso é verdade? Se sim, então esses apóstolos da atualidade estão errados em se apresentar assim? Gostaria muito que você fizesse um estudo com embasamento bíblico!
A Bíblia nos apresenta Jesus escolhendo pessoalmente os seus apóstolos. Eles são mencionados diversas vezes e em muitos textos conhecidos como “os doze”:
“Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e, em caminho, lhes disse:” (Mateus 20:17).
Isso mostra que essa posição era apenas para aqueles que fossem escolhidos pelo Senhor. E assim foi em todo o tempo em que Jesus esteve presente em sua missão na terra.
Porém, após a morte de Cristo, sua ressurreição e ainda a traição de Judas, que era um dos doze, uma dessas vagas ficou em aberto. E é aqui que devemos focar a nossa atenção!
Como os 11 apóstolos preencheram essa vaga? Quais critérios usaram? Será que isso não nos aponta exatamente para o que era o apostolado e que muitos hoje em dia ignoram?
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O problema da vaga deixada por Judas
Com a morte de Judas, os discípulos entenderam que era necessário preencher novamente o número de doze apóstolos. Não se tratava de um cargo qualquer, mas de uma função que tinha critérios claros e bem definidos.
Pedro, como líder dos apóstolos, foi quem trouxe à tona os parâmetros que deveriam ser seguidos. O texto de Atos registra sua fala:
“É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição” (Atos 1:21-22).
O que temos aqui é justamente uma diretriz clara que molda a pessoa que pode ser um apóstolo de Cristo, baseado na intenção de Jesus em formar esse grupo! E isso não pode ser esquecido! Não é mero texto descritivo, é texto que dá diretrizes importantes!
Os critérios bíblicos para ser um apóstolo
Pedro deixa claro que o apóstolo a ser escolhido não poderia ser qualquer discípulo e nem poderia ser qualquer quantidade. O critério era objetivo e inflexível:
Acompanhamento constante de Jesus – O escolhido para completar a décima segunda vaga deveria ter andado com Cristo “todo o tempo”, desde o batismo de João até sua ascensão. Isso eliminava qualquer candidato que tivesse se aproximado mais tarde ou que fosse inconstante em sua dedicação ao Senhor. E, claro, afastava aproveitadores e manipuladores!
Testemunha ocular da ressurreição – Não bastava ouvir falar, era preciso ter visto e testemunhado a ressurreição de Jesus, um dos pilares centrais da fé cristã.
Esses critérios mostram que o apostolado não era aberto a qualquer um. Era necessário ter vivenciado pessoalmente toda a obra de Cristo, algo impossível para qualquer pessoa dos nossos dias, não é mesmo?
Esse relato lança muita luz sobre o tema. Se os apóstolos usaram critérios tão objetivos, por que hoje se aceitaria que qualquer homem se autodenomine apóstolo com base em critérios subjetivos que ele mesmo escolhe?
Muitos líderes modernos tentam legitimar seu título alegando “chamado especial” ou “autoridade espiritual”, mas nada disso encontra respaldo nas Escrituras.
A questão do apostolado de Paulo, uma exceção válida?
Alguém pode levantar a questão: “Mas e Paulo? Ele não se encaixava nesses critérios estabelecidos por Pedro”. É verdade, Paulo não estava entre os que acompanharam Jesus desde o batismo de João até sua ascensão.
No entanto, sua situação foi completamente singular. O próprio Cristo apareceu a Paulo de forma direta, o comissionou pessoalmente e o capacitou para essa missão.
Além disso, Paulo não foi apenas mais um discípulo; ele se tornou o maior escritor do Novo Testamento, responsável por boa parte da teologia cristã.
Isso nos leva a compreender que Paulo foi a exceção da exceção. E, justamente por isso, não podemos tomar sua experiência como uma regra para legitimar pessoas hoje que se dizem apóstolos. Paulo foi chamado diretamente por Cristo glorificado, algo que não se repete nos dias atuais.
E, claro, Paulo demonstrou seu chamado de forma única, não somente por sua vida dedicada a Cristo, mas também por meio de sinais e de seus escritos inspirados pelo Espírito Santo — algo impossível de ser copiado em qualquer tempo!
E não nos esqueçamos do aval dos próprios apóstolos, que receberam Paulo e seus escritos, sem censurá-lo:
“e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada” (2 Pedro 3:15).
O ofício de apóstolo não teve continuidade!
Não temos, em nenhuma parte das Escrituras, um indicativo de que o ofício de apóstolo deveria ter continuidade além daqueles escolhidos por Cristo e, posteriormente, Matias e Paulo.
Os critérios eram tão restritos e específicos que não poderiam ser satisfeitos por ninguém em nossos dias. Quando alguém hoje se intitula “apóstolo”, na prática está inventando critérios diferentes dos que a Bíblia apresenta. Isso significa acrescentar algo à Palavra de Deus, o que é um erro grave.
Os apóstolos tiveram um papel fundamental e único na formação da igreja primitiva. Paulo deixa isso claro em sua carta aos efésios: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2:20).
Isso significa que os apóstolos foram colocados como base para a edificação da igreja, junto com os profetas do Antigo Testamento, tendo Cristo como a principal referência.
O fundamento de uma construção não se repete; ele é colocado uma única vez para sustentar todo o edifício. Assim também aconteceu com o ministério apostólico: uma vez estabelecido o fundamento, não há necessidade de novos apóstolos, pois o que era essencial já foi plenamente dado.
Aceitar outros critérios subjetivos hoje em dia é abrir espaço para a manipulação. Alguns se chamam apóstolos por causa de influência, poder religioso ou status diante de seus seguidores.
Mas, se a Palavra de Deus estabelece claramente os critérios e esses critérios não podem mais ser cumpridos, não cabe ao homem criar novos. A autoridade espiritual verdadeira não está em títulos humanos, mas em fidelidade à Palavra e ao evangelho de Cristo.
Conclusão: Existem apóstolos hoje?
Um ponto importante a considerar é o significado do termo “apóstolo”. No grego, apóstolos quer dizer “enviado” ou “mensageiro”. Nesse sentido mais amplo, todo missionário ou pregador que leva a mensagem do evangelho pode ser visto como um “enviado” (apóstolo).
Contudo, isso não equivale ao ofício apostólico instituído por Cristo. Os apóstolos, como os doze e Paulo, não foram apenas enviados, mas testemunhas oculares do ministério e da ressurreição de Jesus, além de terem recebido autoridade direta do Senhor.
Misturar esses dois significados — o amplo (enviado) e o restrito (ofício apostólico) — gera confusão e abre espaço para títulos que não têm respaldo bíblico.
Com base em tudo o que vimos, a resposta é clara: não existem apóstolos nos dias de hoje. O ofício foi exclusivo para aqueles que andaram pessoalmente com Jesus e foram escolhidos por Ele.
Matias foi escolhido dentro desses critérios e Paulo foi chamado de maneira extraordinária pelo próprio Cristo ressurreto. Fora isso, não há qualquer base bíblica para novos apóstolos.
Portanto, os que se autodenominam apóstolos atualmente estão usando um título que não lhes pertence biblicamente. Por isso, é preciso ter muito cuidado com mensagens que vêm de pessoas como essas.
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