Deus também é fiel em cumprir Suas maldições!
Você Pergunta: Presbítero, se Deus é amor, fico sem entender por que Ele fala tanto em maldições na Bíblia. Parece algo extremamente pesado para mim! Algumas histórias chegam a ser violentas demais para o meu coração, ao pensar que Deus ordena maldições contra pessoas. O que será que não estou entendendo bem sobre isso? Por que não tenho paz sobre essa questão em meu coração?
Essa é uma dúvida legítima e muito comum entre cristãos sinceros que desejam conhecer mais profundamente a natureza de Deus. À primeira vista, pode parecer contraditório que o Deus amoroso que nos foi revelado em Jesus Cristo também fale tanto sobre juízos e maldições nas Escrituras.
Mas será que é mesmo uma contradição? Vamos refletir juntos à luz da Bíblia.
Deus é amor – mas também é justo
Em muitos momentos ouvimos a frase “Deus é amor” sendo usada para tentar justificar que Deus nunca faria nada que nos parecesse duro ou desagradável.
A verdade é que sim, Deus é amor, como está escrito em 1 João 4:8. No entanto, o amor de Deus não anula Sua justiça, Sua santidade e Sua fidelidade àquilo que prometeu.
A Bíblia nos mostra que Deus estabeleceu leis, mandamentos e princípios para que o ser humano viva bem diante Dele. E essas orientações divinas vêm sempre acompanhadas de consequências: bênçãos para quem obedece e maldições para quem desobedece.
Isso não diminui o amor de Deus; pelo contrário, mostra que o amor de Deus é equilibrado com Sua justiça. Deus não é conivente com o pecado.
O amor de Deus não elimina as consequências
Pense comigo: se um pai ama seu filho, ele vai deixá-lo fazer o que quiser, mesmo que isso o destrua? Ou ele vai impor limites e advertências para que o filho não se machuque? O amor verdadeiro não é permissividade, é zelo. É por isso que Deus, sendo amor, também disciplina.
Veja o que está escrito em Deuteronômio:
“Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.” (Deuteronômio 11:26, 28)
Deus foi claro com o povo de Israel: a obediência traria bênçãos, mas a desobediência traria maldição. Isso mostra que Deus não oculta as consequências de nossas escolhas. Ele é fiel ao que prometeu – tanto nas promessas que consideramos boas quanto nas que consideramos difíceis.
“Deus é fiel” – em tudo que Ele diz
Muitas pessoas colam em seus carros o adesivo “Deus é fiel”, e geralmente associam essa frase à conquista de algo bom: um carro, uma casa, uma bênção material. Mas será que entendem o que essa frase realmente significa?
Deus é fiel – isso quer dizer que Ele cumpre tudo o que disse, inclusive as advertências e juízos. A fidelidade de Deus não é seletiva. Veja o que aconteceu com o povo de Israel: apesar de tantos alertas, eles escolheram o caminho da idolatria, e a maldição da aliança se cumpriu. Jerusalém foi destruída, o templo foi derrubado, e o povo foi levado cativo para a Babilônia.
Eles duvidaram que Deus pudesse cumprir Suas advertências. Não levaram a sério o que Deus havia falado. Mas Deus não mente. Como diz o apóstolo Paulo:
“De Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7).
As cartas às igrejas em Apocalipse mostram o mesmo padrão
Esse mesmo princípio aparece no Novo Testamento. Quando Jesus escreveu cartas às igrejas da Ásia Menor, Ele foi muito claro ao advertir aquelas comunidades sobre suas falhas e o que aconteceria caso não se arrependessem. Veja, por exemplo, o que Ele disse à igreja de Éfeso:
“Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Apocalipse 2:4-5)
Remover o candeeiro, segundo o próprio texto bíblico (Apocalipse 1:20), significa tirar do lugar a própria igreja, ou seja, ela deixaria de existir. E foi exatamente o que aconteceu: essa igreja não existe mais. Jesus advertiu com amor, mas também com firmeza. O amor Dele jamais anula Sua santidade e justiça.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria
Vivemos numa época em que Deus tem sido zombado. Sua Palavra tem sido tratada como ultrapassada, e muitos cristãos têm adotado uma visão distorcida do amor divino, como se Ele fosse apenas um “pai bonzinho” que nunca repreende.
Mas o próprio Jesus disse:
“Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.” (Mateus 5:18)
Deus não vai mudar Sua Palavra para se encaixar nos desejos de uma geração. Tudo o que Ele prometeu vai se cumprir – inclusive as maldições que são resultado da desobediência.
Como ter paz com esse assunto?
É compreensível que certos textos bíblicos gerem desconforto. Ver o povo sendo julgado, ver Deus falando de destruição ou maldições pode realmente abalar o coração de quem está começando a entender a fé. Mas essa sensação só existe porque ainda não compreendemos plenamente quem Deus é e como Ele age.
A paz que buscamos vem do conhecimento de que Deus é completamente justo, amoroso, fiel e soberano. Sua justiça não contradiz Seu amor – ela o complementa.
Quando entendemos isso, o nosso coração se aquieta, porque percebemos que as advertências de Deus não são maldade, são amor em ação, alertando o ser humano das consequências de sua rebeldia.
Conclusão: Tema a Deus e confie no Seu caráter
A mensagem final é esta: Deus cumpre tudo o que diz. Não apenas Suas promessas de bênçãos, mas também Suas advertências. Isso deve gerar em nós temor, reverência, e não desespero. Porque esse temor é o princípio da sabedoria, e nos leva a viver de modo digno diante Dele.
Se Deus só dissesse o que queremos ouvir, não seria Deus – seria um ídolo criado à imagem dos nossos desejos. Mas o Deus da Bíblia é amoroso e justo. Ele nos ama tanto que nos alerta sobre o caminho da perdição, para que tenhamos a chance de nos voltar a Ele.
Portanto, não tema as maldições da Bíblia como se fossem injustiças divinas. Veja-as como parte do amor firme de um Deus que nos leva a sério e quer nos ver andando em retidão. E, acima de tudo, lembre-se: toda maldição pode ser anulada pelo arrependimento sincero e pela graça que há em Cristo Jesus.
“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras.” (Apocalipse 2:5)
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