Você entendeu a parábola dos dois filhos (Mateus 21)? Eu explico verso por verso!
Você Pergunta: Presbítero, explica em sua série de parábolas aquela dos dois filhos, que Jesus contou em Mateus 21. Quais são as principais lições que podemos aprender nessa parábola? Explica versículo por versículo, amém?
O primeiro ponto para entendermos essa parábola dos dois filhos com profundidade é saber em que contexto Jesus a contou.
Em Mateus 21:23, os principais sacerdotes e anciãos questionam a autoridade de Jesus quando Ele está no templo. Eles o desafiam publicamente: “Com que autoridade fazes estas coisas?”
Jesus devolve a pergunta, pedindo que expliquem se o batismo de João Batista vinha do céu ou dos homens. Eles recusam responder, pois temiam a reação do povo.
Esse impasse revela a hipocrisia daquela liderança religiosa e se torna o pano de fundo perfeito para a parábola dos dois filhos. É a partir dessa tensão sobre autoridade espiritual que Jesus expõe o contraste entre quem diz obedecer e quem realmente obedece.
Agora que entendemos o cenário, podemos aprofundar as lições que Jesus ensinou.
Parábola dos dois filhos explicada versículo por versículo
UMA ORDEM IMPORTANTE
“E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha” (Mateus 21:28)
O homem da parábola representa Deus, o Pai que chama e orienta com ordens que serão bênção para nossas vidas. Assim como o pai dá uma ordem clara — “vai hoje trabalhar na vinha” — Deus chama a humanidade por meio da Sua Palavra, convocando ao arrependimento, à fé e à obediência.
A vinha simboliza o campo de trabalho espiritual, o reino de Deus, onde todos somos chamados a servir. O primeiro filho representa aqueles que recebem a mensagem, ouvem o evangelho, concordam com ele… mas não transformam suas palavras em obediência. É a postura de quem verbaliza fé, mas não a vive de fato e de verdade.
Essa é exatamente a acusação de Jesus contra os líderes religiosos. Eles ouviram a mensagem de João Batista, ouviram o chamado ao arrependimento, mas não se moveram espiritualmente. A ordem foi dada… mas a resposta prática não veio.
A BOCA FALA UMA COISA, O CORAÇÃO FAZ OUTRA
“Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi” (Mateus 21:29)
O primeiro filho simboliza o entusiasmo superficial, o dizer “sim” verbalmente, porém, sem transformação real. Ele dá a resposta respeitosa: “Sim, senhor”. Porém, seu comportamento desmente suas palavras.
Esse comportamento descreve os religiosos: aparentavam obedecer, se mostravam piedosos diante do povo, elogiavam João Batista em público, mas rejeitavam sua mensagem na prática.
É a fé de fachada. É a obediência que só existe nos lábios. É a espiritualidade vã, que Jesus denuncia repetidas vezes.
A dureza do texto é proposital. Jesus não está falando de pessoas distantes, mas de pessoas profundamente envolvidas com a religião… porém distantes de Deus.
A MESMA MENSAGEM, MAS UM CORAÇÃO DIFERENTE
“Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi” (Mateus 21:30).
O segundo filho tem uma reação inicial totalmente oposta. Ele resiste, demonstra dureza, rejeita o chamado: “Não quero.” Mas algo acontece dentro dele um tempo depois: arrependimento verdadeiro.
Esse filho representa pessoas que inicialmente rejeitam o evangelho, endurecem o coração, resistem à mensagem. Mas, em algum momento, pela graça de Deus, reconhecem sua condição, se arrependem e passam a obedecer.
Aqui está o retrato dos publicanos (judeu que cobrava impostos para o governo romano – geralmente era corrupto) e meretrizes (prostitutas) mencionados no texto.
Eles eram vistos como pecadores desprezados (dos piores), mas foram sensíveis ao chamado de João Batista. Suas vidas foram transformadas não pelas aparências, mas pela obediência real.
O arrependimento os levou à ação. E a ação revelou sua fé. Eles disseram “não” com a boca, mas, depois, disseram “sim” com a vida transformada. João Batista batizou muitos desses e muitos desses seguiram Jesus!
UMA PERGUNTA QUE GERA UMA CONSTATAÇÃO
“Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus” (Mateus 21:31)
Jesus faz uma pergunta óbvia para expor uma verdade profunda: quem obedece é quem faz a vontade do Pai. Não importa o discurso. Importa a prática.
A resposta dos religiosos não deixa dúvida: o segundo filho foi o obediente. Mas ao admitir isso, eles condenam a si mesmos. Jesus compara os pecadores arrependidos ao segundo filho, e os religiosos ao primeiro.
É como se Jesus dissesse: “Vocês dizem servir a Deus, mas não obedecem. Já aqueles que vocês desprezam estão entrando no reino antes de vocês!”.
Essa afirmação foi chocante. Na mente deles, ser descendente de Abraão bastava. Mas Jesus revela que o Reino não é herdado por sangue, tradição ou aparência — mas por fé obediente e arrependimento genuíno.
JOGANDO A VERDADE “NA CARA”
“Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele” (Mateus 21:32)
Jesus aprofunda o diagnóstico espiritual dos religiosos: Eles ouviram João, mas não creram. Eles viram pecadores sendo transformados, mas não se quebrantaram. Eles testemunharam vidas restauradas, mas não se arrependeram.
E, agora, estavam diante do Filho de Deus e nenhuma mudança acontecia em seus corações!
Eles são o primeiro filho para da parábola: falam muito, obedecem pouco.
O texto também ressalta algo importante: o arrependimento é a porta que abre caminho para a fé. Sem arrependimento, o que foi dito (vou para a vinha, pai) não passa de “palavras ao vento”, sem substância, sem verdade!
Os religiosos estavam perdidos dentro da própria religião. Tinham zelo, aparência, posição — mas não tinham arrependimento. E sem arrependimento, continuavam fora do Reino.
CONCLUSÃO: QUAL FILHO TEMOS SIDO?
A parábola confronta todos nós. Deus continua chamando. Sua palavra continua ecoando: “vai hoje trabalhar na vinha”. Alguns respondem com prontidão verbal, mas não obedecem. Outros, depois de momentos de resistência, finalmente se rendem e deixam Deus transformar seu coração.
A grande pergunta que Jesus nos deixa é simples e profunda: Somos aqueles que só usam de palavras vazias… ou somos filhos de obediência?
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