Significados: Ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado

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Você Pergunta: Presbítero, há uma frase de Jesus que não consigo compreender muito bem. Ele diz, em Mateus 13:12, que “ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”. É uma frase que me parece confusa, pois como tirar algo de quem não tem nada? Além disso, ela parece dura, no sentido de que a pessoa necessitada teria até o pouco que tem tirado dela. Como entender essa frase corretamente?
Uma das regras mais importantes da interpretação bíblica é a leitura cuidadosa do contexto. Frases isoladas, especialmente quando são curtas, densas e provocativas, podem facilmente ser mal compreendidas se não forem analisadas dentro da situação em que foram ditas.
Isso se torna ainda mais necessário quando lidamos com afirmações de Jesus que, à primeira vista, soam duras ou até contraditórias e confusas. A frase registrada em Mateus 13:12 é um excelente exemplo disso.
Quando examinamos os evangelhos, percebemos que Jesus não disse essa frase apenas uma vez. Pelo contrário, Ele a utilizou pelo menos em três contextos diferentes, sempre com o objetivo de ensinar princípios espirituais profundos.
Em Mateus 13:12, a frase aparece no contexto da parábola do semeador, quando os discípulos questionam por que Jesus passou a falar ao povo por meio de parábolas.
Em Mateus 25:29, ela surge na parábola dos talentos, no momento em que o senhor repreende o servo que enterrou o talento recebido.
Já em Marcos 4:25, a mesma ideia é aplicada no ensino sobre a luz do candeeiro, que não deve ser escondida, mas colocada em lugar visível.
Esses três cenários nos mostram que Jesus não está tratando de dinheiro, status social ou bens materiais em si, mas de algo muito mais profundo.
Ao observar atentamente cada contexto, conseguimos perceber que a frase não é injusta nem cruel, mas pedagógica, confrontadora e espiritualmente coerente. É justamente isso que vamos analisar a seguir.
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Significados: Ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado
Um provérbio de contraste: entender o que está em jogo
O ponto inicial para compreender essa afirmação de Jesus é reconhecer que Ele está usando uma forma de provérbio.
Trata-se de uma frase curta, de fácil memorização, que trabalha com contrastes. O próprio texto resume bem essa ideia: “Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Marcos 4:25).
Provérbios não devem ser lidos de maneira literalista, mas como princípios gerais que revelam como a vida espiritual funciona. Tem coisas nos provérbios que estão nas “entrelinhas”.
Por isso, a pergunta central que o estudante da Bíblia precisa fazer em cada um desses contextos é simples, mas decisiva: o que exatamente essa pessoa citada “tem”? E, da mesma forma, o que a outra pessoa “não tem”?
A resposta nunca está fora do contexto imediato. Em cada ensino de Jesus, o “ter” e o “não ter” apontam para atitudes do coração, posturas espirituais e responsabilidades diante da revelação de Deus. Com isso em mente, podemos avançar para a análise de cada passagem.
Mateus 13:12 e a parábola do semeador
No contexto de Mateus 13, Jesus acabou de contar a parábola do semeador. Ao invés de esclarecer imediatamente o significado ao público, Ele deixa a história em aberto. Isso provoca a pergunta dos discípulos: por que falar em parábolas? É nesse cenário que Jesus afirma:
“Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mateus 13:12).
Aqui, o “ter” está diretamente ligado ao desejo sincero de aprender e se aprofundar nas coisas de Deus. As parábolas funcionam como um convite.
Quem tem fome espiritual, curiosidade santa e disposição para ouvir mais, recebe ainda mais entendimento. A explicação posterior dada aos discípulos confirma isso.
Por outro lado, quem não tem esse desejo, quem escuta de forma superficial e desinteressada, perde até o pouco contato que teve com a verdade.
A parábola ouvida, mas não acolhida, se torna vazia. Não porque Deus a retirou arbitrariamente, mas porque a pessoa não a aproveitou. O ensino de Jesus mostra que a revelação cresce onde há sede, e se perde onde há indiferença.
Mateus 25:29 e a responsabilidade diante dos talentos
Na parábola dos talentos, Jesus aplica o mesmo princípio em um contexto diferente. O senhor da história confia talentos aos seus servos e, ao retornar, pede contas.
O servo que recebeu cinco talentos os multiplicou. O que recebeu dois fez o mesmo. Já o que recebeu um talento o enterrou, por medo e negligência. Ao final, Jesus afirma:
“Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mateus 25:29).
Nesse caso, o “ter” está ligado à responsabilidade e fidelidade. O servo elogiado é aquele que fez algo com o que recebeu. Ele não apenas possuía talentos, mas demonstrou compromisso com a missão confiada. Por isso, recebeu mais.
Já o servo que “não tem” é aquele que não demonstrou responsabilidade. Ele tinha um talento, mas agiu como se não tivesse nada. O talento lhe foi tirado e dado a quem já tinha dez. Isso nos mostra que Deus não mede apenas o quanto recebemos, mas o que fazemos com aquilo que Ele nos confiou. A perda não é arbitrária, mas consequência da omissão.
Marcos 4:25 e a luz que não pode ser escondida
Em Marcos 4, Jesus ensina sobre a luz do candeeiro. A luz não foi feita para ficar escondida, mas para iluminar. Esse ensino é seguido por advertências sobre ouvir com atenção, discernir corretamente, viver de forma coerente e julgamentos. É nesse fluxo que Jesus declara:
“Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Marcos 4:25).
Aqui, o “ter” se refere à luz espiritual, ao discernimento e à retidão na forma de viver e julgar. Quem anda na luz, cresce em clareza, sabedoria e equilíbrio. Esse se torna cada vez mais iluminado, capaz de abençoar outros.
Já quem não tem essa postura, quem vive de forma descuidada, sem atenção espiritual e sem discernimento, vai perdendo até a percepção básica do certo e do errado.
A vida se torna cada vez mais escura. Mais uma vez, o ensino não fala de injustiça do Pai, mas de um princípio espiritual: a luz se expande onde é valorizada e se apaga onde é desprezada.
O ensino central de Jesus
Ao unir esses três contextos, fica claro que Jesus não está dizendo que Deus tira algo de pessoas necessitadas ou oprimidas. Pelo contrário, Ele está ensinando que a vida espiritual funciona por meio de resposta, responsabilidade e desejo sincero.
Quem acolhe a revelação, cresce. Quem a despreza, perde até o contato inicial que teve com ela.
Essa frase, longe de ser cruel, é um chamado à maturidade espiritual e à responsabilidade diante daquilo que Deus já nos concedeu.
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