O que significa de graça recebestes, de graça dai?

Postado por Presbítero André Sanchez, em Reflexões | Imprimir
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Você pergunta: Eu tenho uma opinião formada sobre pastores que recebem salário na igreja: não concordo. A Bíblia diz que de graça recebeste, de graça dai. Todos deve ser voluntários na obra de Deus. Inclusive, essa questão de vender cursos de Bíblia na internet também é outra heresia na minha opinião. Tudo com relação as coisas de Deus deve ser de graça!

Seria lícito um pastor receber financeiramente pelo trabalho que realiza na obra de Deus? Ou um autor cristão, que se dedica a produzir dicionários e conteúdos de estudo, receber pelas obras que publica?

Ou ainda, missionários que deixam tudo e vão para terras distantes evangelizar estariam errados em receber valores para o sustento de si e de seu lar?

Podemos ainda pensar sobre os professores de seminários que preparam pastores, eles não deveriam receber nada pelas aulas que dão? Aqueles que produzem as bíblias que compramos estariam errados em determinar certo valor para aquisição desses materiais?

Alguns responderiam a essas perguntas citando Mateus 10:8: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai”.

É muito comum hoje que os trabalhadores da obra de Deus sejam bastante hostilizados com o uso desse texto, onde muitos afirmam que qualquer coisa que venha de Deus deve ser dada, não deve de forma alguma ter qualquer valor.

Assim, pastores, autores, músicos, missionários, professores, etc., têm sido acusados com base neste verso de serem mercenários, ou seja, de descumprir o texto bíblico em favor de si mesmo.

Mas será que o verso de Mateus 10:8 proíbe pessoas que trabalham na obra de Deus de receber seu sustento pelo seu trabalho? Vejamos uma análise sobre esse texto:

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O que NÃO significa de graça recebeste, de graça dai?

(1) De graça recebestes, de graça dai não significa que a Bíblia proíbe servos de Deus que se dedicam de forma especial a obra do Senhor de serem sustentados pelo trabalho que realizam. Isso fica claro quando observamos alguns textos e situações bíblicas:

a) Paulo recebeu salário por um tempo para manter seu trabalho missionário de pé em Corinto: “Despojei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir” (2 Coríntios 11:8)

b) Paulo foi sustentado pela igreja de Filipos no início de sua caminhada em seu trabalho missionário: “E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades” (Filipenses 4:15-16).

c) Os presbíteros que faziam um bom trabalho deveriam ser honrados por isso também financeiramente: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário” (1 Timóteo 5:17-18).

d) A Bíblia, no Velho Testamento, já dava o direito do sustento àqueles que eram designados a servir como sacerdotes. No Novo Testamento Paulo orienta que aqueles que pregam o evangelho que tirem o seu sustento dele:

“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9:13-14).

e) Paulo considerava o sustento do trabalhador que servia ao evangelho como um direito que poderia ou não ser exercido. Em alguns momentos Paulo escolheu não exercer, mas de forma alguma pregou contra o direito daqueles que o exercem:

“não temos nós o direito de comer e beber? E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?” (1 Coríntios 9:4).

O que REALMENTE significa de graça recebestes, de graça dai?

(2) Como observamos claramente nos textos acima, não temos uma proibição da Bíblia de que as pessoas que se dedicam de forma especial ao evangelho vivam dele.

Mas o que Jesus quis dizer então com “de graça recebestes, de graça dai”? Para responder a essa pergunta, basta olharmos para o contexto. O que Jesus deu àqueles discípulos naquele momento? Vejamos:

“Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (Mateus 10:1).

Foi esse poder que eles receberam de graça. Assim, de graça recebestes, de graça dai significa que eles não deveriam usar essa autoridade que eles receberam ali como uma moeda de troca, ou seja, não lhes era permitido exigir que só fariam aquilo se houvesse pagamento.

(3) É um erro achar que de graça recebestes, de graça dai seja uma proibição, por exemplo, de que um autor que dedica anos e anos de estudos e pesquisa não possa financiar seu trabalho com a venda de um livro que tem seus custos de produção e distribuição.

Se realmente fosse proibido que tudo aquilo que recebemos de Deus não pudesse gerar sustento em nossa vida, então nada poderia gerar algum ganho, pois TUDO que temos e somos vem de Deus, recebemos tudo Dele:

“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê” (Deuteronômio 8:17).

Assim, se você recebeu o talento para ser médico, deveria atender as pessoas sem cobrar nada por isso?

(4) Por fim, apenas para pegar alguns exemplos, se aquelas pessoas que imprimem as Bíblias que usamos não pudessem cobrar um valor por elas, logo as fábricas fechariam, pois quem arcaria com os custos de produção?

Se aqueles que se dedicam escrevendo comentários e literaturas cristãs para adultos e crianças, nos ajudando a entender melhor a Palavra, não pudessem ter desse trabalho o seu sustento, logo teriam de deixar de fazer isso, ou fazer em um ritmo extremamente lento, pois teriam de achar outras formas de sustento de si e de seu lar.

Isso prejudicaria em muito a produção de literatura cristã e o crescimento da obra do Senhor. Se os professores dos seminários não pudessem receber qualquer valor pelas aulas que dão, teriam de parar de dar aulas para cuidar de suas famílias com outro tipo de trabalho.

Quem prepararia os pastores? É por isso que Deus, em Sua sabedoria, não proibiu que aquele que se dedica ao evangelho possa dele se sustentar.

(5) Evidentemente que repudio todos os excessos e exageros daqueles que são apenas exploradores. Mas não podemos generalizar e penalizar servos fieis com base em comportamentos errados daqueles que cometem exageros, e nem usar um texto bíblico de forma errada para acusar servos que estão em acordo com os princípios bíblicos de serem mercenários por receberem seu sustento merecido de seu trabalho fiel a Deus.

De graça recebestes, de graça dai é um padrão de boa conduta que os servos de Deus devem seguir e não uma forma de jogar servos de Deus em uma sarjeta como se não fossem dignos de serem sustentados pelo trabalho que realizam.

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