Onde estão as almas das pessoas que morreram no dilúvio?
Você Pergunta: Presbítero, para onde foram as almas das pessoas mortas pelo dilúvio? Todas elas se perderam, ou seja, foram para o inferno, ou o inferno ainda não existia naquela época? Pensando que Jesus Cristo veio somente depois, será que alguma dessas pessoas poderia ter sido salva? Se sim, como seria a salvação delas, se não havia nem a Lei de Moisés para obedecer, nem Cristo?
A primeira coisa a considerarmos é que Deus fez uma constatação objetiva e clara de como estava a geração de Noé:
“Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gênesis 6:12).
Eles viviam uma corrupção instalada em seus corações sem qualquer movimento de arrependimento. Sendo assim, Deus estabeleceu sua pena, seu juízo e estabeleceu também que haveria salvação para oito pessoas:
“Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos” (Gênesis 6:18).
Aqui fica claro que estamos diante de condenação e salvação, que é o padrão que vemos em todos os tempos desde Gênesis: quem rejeita a revelação de Deus enfrenta juízo; quem crê e obedece, encontra salvação.
Portanto, o episódio da arca de Noé aponta para Cristo e mostra claramente que não existe salvação fora da arca, nem fora de Cristo!
No entanto, como funcionava essa condenação e essa salvação, não havendo ainda a Lei de Moisés e nem Jesus no mundo? As almas dessas pessoas estão em algum lugar intermediário, aguardando seu julgamento?
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Salvação pela fé antes da Lei: princípio eterno
Uma coisa que precisamos compreender é que salvação nem no Velho Testamento, nem no Novo é por obras. Sempre foi pela fé!
Antes da Lei de Moisés e antes da vinda de Cristo, a fé deles era baseada no que se podia conhecer da revelação de Deus, principalmente pela criação, pela consciência e pelos testemunhos proféticos ou diretos de Deus.
Paulo explica assim: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Romanos 1:20).
Mesmo sem a Lei de Moisés ou o conhecimento pleno do Messias, as pessoas respondiam (ou não) à revelação geral de Deus. Deus “lê” o coração e julga conforme a luz dada a cada geração.
Por isso, ele condenou toda a geração de Noé justamente e salvou a família de Noé: eles responderam ao chamado de Deus, construíram a arca e viveram pela fé no Deus revelado.
Temos a clara indicação da salvação pela fé, quando se diz a respeito de Abraão: “Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gênesis 15:6). E esse princípio continua amplamente sendo explicado no Novo Testamento!
Destino das almas após a morte: juízo selado
A Bíblia nos mostra que a morte de uma pessoa sela seu destino final: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9:27).
Além disso, Deus dá a destinação final dessas almas, que vão até Ele, que é o dono de toda vida: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).
Após a morte, não há um lugar intermediário onde as pessoas ficam, esperando as coisas acontecerem: a Escritura apresenta duas realidades eternas para o destino da alma: a presença de Deus (céu) para os salvos, ou a separação eterna (inferno) para os perdidos.
Apesar de alguns tentarem criar teologias de lugares intermediários ou um tipo de sono que dura até a segunda vinda de Cristo, não temos qualquer base bíblica para isso.
A Bíblia também não faz distinção sobre mortos “antes de Cristo” e “depois de Cristo” quanto ao destino eterno: a diferença está na revelação: hoje conhecemos o cumprimento pleno em Cristo, mas todos serão julgados conforme a luz de Deus recebida.
Como se dava a salvação antes da Lei e de Cristo?
Fé no revelado de Deus: A família de Noé creu no aviso divino e obedeceu. A fé dos patriarcas e justos do Antigo Testamento sempre foi resposta à revelação de Deus: promessas, ordem, cerimônias simbólicas e comunhão com Deus. Exemplos: Abel ofereceu sacrifício pela fé; Abraão creu na promessa de descendência; etc.
Deus julga conforme a revelação recebida: Mesmo sem a Lei escrita, cada pessoa era responsável diante da revelação geral e eventual mensagem profética: aqueles que rejeitavam claramente Deus e viviam em corrupção total mostravam renúncia a Deus e, portanto, enfrentavam a condenação proclamada.
Aplicação ao Dilúvio: A geração de Noé recebeu a revelação clara do juízo (o chamado para construir a arca). Aqueles que zombaram ou ignoraram a mensagem revelada permaneceram em incredulidade e, ao morrerem no juízo do dilúvio, selaram seu destino eterno na separação de Deus. Os que entraram na arca viveram pela fé, aguardando a salvação manifestada quando as águas baixaram.
Existência de inferno antes de Cristo?
Realidade do juízo e separação: A Escritura ensina que, embora a terminologia “inferno” encontre expressões mais claras no Novo Testamento, o conceito de separação de Deus como destino final já é implícito no Antigo Testamento. A separação eterna de Deus é consequência lógica do juízo divino sobre os ímpios.
Provisão de salvação: Mesmo antes de Cristo, Deus provia salvação pela fé. A confiança dos justos em Deus, oração e obediência às orientações recebidas demonstraram uma resposta à graça de Deus, derramada sobre a vida dessas pessoas, que exerciam a fé!
Cristo e a consumação: A vinda de Cristo traz revelação completa e expõe o pecado de modo definitivo, mas não altera o princípio eterno: a fé sempre foi o meio pelo qual Deus trabalhou com os homens de todos os tempos. Agora, em Cristo, temos a revelação plena, mas os justos do passado confiaram na promessa futura e na fidelidade de Deus, de modo que sua fé foi creditada como justiça.
Implicações importantes a entender
Entendimento pastoral: Reconhecer que Deus é justo e misericordioso para com todas as gerações, inclusive a de Noé. A salvação sempre se baseia em responder à revelação de Deus, pela fé. Esse entendimento traz consolação: Deus não é injusto com quem não teve plena revelação, mas julga segundo o que cada um conheceu e cada um conheceu o suficiente para responder ao Senhor positivamente, de modo que, se não o fez, tem sua responsabilidade!
Fé e obediência hoje: Para nós, a revelação é completa em Cristo e na Escritura. A resposta confiável de fé inclui obedecer ao evangelho, confiar em Cristo e perseverar. Também aprendemos que, assim como Deus chamou Noé e houve juízo, há urgência em pregar o evangelho a quem não conhece, pois, em nossos dias, a revelação geral não é suficiente para salvação, pois temos Cristo e é a fé Nele que precisa ser exercida!
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