Conta-se que certa vez, em um tempo passado, um mercador grego muito rico, desejava oferecer um banquete com as melhores iguarias para um grupo seleto de convidados.
Ele queria que fosse o melhor e maior banquete de todos os tempos! Queria que cada um dos convidados ficasse de “boca aberta” com a grandeza desse banquete!
Na preparação do banquete, o mercador chamou seu servo mais sábio, que o servia já há muitos anos, e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar as melhores iguarias existentes na cidade, sem economias.
O servo, depois de algumas horas fora, retornou com um belo prato coberto por um pano bonito, cheio de desenhos.
O mercador achando estranho que ele tivesse voltado apenas com um prato coberto, removeu o pano e assustado disse:
– Língua?! Este é o prato mais delicioso que temos por aqui? Você só pode estar louco! Quem vai gostar disso? Como iremos impressionar nossos convidados com algo tão nojento?
O servo, sem levantar a cabeça, respondeu ao seu senhor em tom baixo e vagarosamente:
– A língua é o prato mais delicioso, meu senhor. É com a língua que pedimos água, que dizemos “mamãe”, que fazemos amigos, que perdoamos…
Com a língua reunimos pessoas, dizemos “meu Deus”, oramos, cantamos, dizemos “eu te amo”…
O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria de seu servo, e o mandou de volta ao mercado, desta vez com uma ordem diferente:
– Desta vez quero que você traga, então, o pior alimento, o pior prato de todos que encontrar!
O servo voltou novamente com um lindo prato, coberto por um fino tecido. O mercador, ansioso, retirou o pano para conhecer o pior alimento. E para sua surpresa…
– Língua, outra vez?! Disse, espantado!
-Sim, língua novamente, senhor, respondeu o servo.
É com a língua que condenamos, separamos, provocamos intrigas e ciúmes, blasfemamos. É com ela que expulsamos, isolamos, enganamos nosso irmão, xingamos pai e mãe, amaldiçoamos pessoas…
Não há nada pior que a língua; nada há melhor que a língua. Depende do modo que a usamos!
“De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (Tiago 3:10)